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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Lições de Rohit Bhargava para empreendedores e inovadores

Futuro, imaginação e comportamento humano


11 de março de 2025 - 11h36

No cenário atual de transformações aceleradas, entender como o futuro é moldado pela tecnologia, imaginação e comportamento humano tornou-se essencial para empreendedores e inovadores. Em sua palestra no SXSW, o renomado futurista Rohit Bhargava que já esteve no Brasil em 2022 nos palcos do hsm+, explorou essa intersecção, oferecendo insights valiosos para quem busca se destacar em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial (IA) e pela incerteza geopolítica.

A imaginação como ferramenta para o futuro

Bhargava começa destacando que “o único futuro que podemos ter é o que “imaginamos”. Ele explica que todos têm uma visão do futuro, mas essa visão é influenciada por fatores externos (como tecnologia e cultura) e internos (como experiências pessoais e medos). Para ilustrar, ele menciona a “sala secreta de 1999”, onde especialistas se reuniram a pedido de Steven Spielberg para imaginar o futuro de Washington, D.C., em 2054. Esse exercício resultou em um guia de 80 páginas que influenciou filmes, como Minority Report, e tecnologias que hoje são realidade, como haptics e reconhecimento de retina. A lição para empreendedores? A imaginação não é apenas um exercício criativo, mas uma ferramenta estratégica para antecipar tendências e inovar.

Um dos pontos mais impactantes da palestra foi a discussão sobre a ansiedade antecipatória – o medo de eventos futuros que distrai e paralisa. Bhargava argumenta que narrativas distópicas, como as que estão presentes na ficção científica, alimentam essa ansiedade, criando uma visão negativa do futuro. Para os negócios, isso se traduz em desafios reais: como manter equipes motivadas e focadas em um cenário de incertezas? A resposta pode estar na construção de uma cultura organizacional que valoriza a resiliência e a curiosidade, duas habilidades essenciais para navegar em tempos de mudança.

Outro ponto interessante que Bhargava enfatizou é que a medida em que estamos criando um mundo onde a IA avança rapidamente, a singularidade humana precisa ser destacada. Ele afirma que “humanos com IA substituirão humanos sem IA”, destacando que a capacidade de integrar tecnologia com características únicas, como criatividade e empatia, será um diferencial competitivo. Para empreendedores, isso significa investir não apenas em tecnologia, mas também no desenvolvimento de habilidades humanas que a IA não pode replicar. A integração de elementos humanos em serviços automatizados, como o uso de advogados humanos em escritórios de advocacia robóticos, é um exemplo prático dessa tendência.

Bhargava também abordou a importância de criar conexões profundas e significativas, especialmente em ambientes de networking. Ele sugere que, em vez de focar em títulos ou dados comuns, as pessoas compartilhem algo não óbvio sobre si mesmas. Essa prática não apenas fortalece relacionamentos, mas também abre portas para colaborações inovadoras.

Além disso, ele destaca a curiosidade como uma ferramenta essencial para futuristas e empreendedores. “Futuristas começam com a curiosidade para seguir comportamentos, tecnologias e eventos, o que lhes permite prever o que pode acontecer no futuro”, explica. Essa abordagem é fundamental para identificar oportunidades e repensar suposições que podem limitar a inovação.

Repensando suposições e abraçando a inovação

Um dos exemplos mais marcantes foi a história da Ilha Sandy, que apareceu em mapas por décadas, mas nunca existiu. Bhargava usa essa história para ilustrar a importância de questionar suposições e estar aberto a novas descobertas. Para empreendedores, isso significa desafiar crenças limitantes e abraçar a ambiguidade. Em um mundo em constante mudança, a capacidade de repensar e adaptar-se é tão crucial quanto a própria inovação.

A palestra de Rohit Bhargava é um convite para empreendedores e inovadores refletirem sobre como estão moldando o futuro de seus negócios e carreiras. Ao combinar imaginação, curiosidade e uma compreensão profunda do comportamento humano, é possível não apenas antecipar tendências, mas também criar um impacto significativo em um mundo cada vez mais complexo. Como ele mesmo diz, “vencedores não são os mesmos que campeões”. Para se destacar, é preciso ir além da competição e focar na construção de um legado que integre tecnologia, humanidade e propósito.

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