Não é a Inteligência Artificial que salvará o seu negócio
No SXSW de 2025, uma lição ficou clara: o futuro dos negócios depende menos da tecnologia e mais das conexões humanas
No SXSW de 2025, uma lição ficou clara: o futuro dos negócios depende menos da tecnologia e mais das conexões humanas
13 de março de 2025 - 17h44
Ao ouvir Kasley Killam na opening session do SXSW 2025, uma coisa ficou evidente: o maior festival de tecnologia e inovação do mundo falaria sobre pessoas. Os dias seguiram e, de uma forma ou de outra, os conteúdos abordavam o mesmo tema: não haverá um futuro sustentável se não cuidarmos das pessoas.
As doenças mentais já são uma epidemia sem precedentes, capaz de mitigar todo o desenvolvimento econômico gerado pela inteligência artificial. A palestra “The Future of Health is Social” trouxe um insight ainda mais profundo: a solidão é um problema de saúde pública, impactando tanto o bem-estar mental quanto a saúde física. A falta de conexão social aumenta o risco de doenças crônicas, reduz a expectativa de vida e tem um impacto negativo comparável ao de fumar 15 cigarros por dia. Sim, a ciência já provou que se sentir ouvido, acolhido e parte de algo maior melhora a saúde de uma pessoa.
O que isso significa para as marcas? Que aquelas que ajudarem seus consumidores a se sentirem valorizados e conectados gerarão negócio. Ou seja, a empatia se torna um pilar essencial para a construção de lealdade, engajamento e relevância. Em um mundo hiperconectado, o que realmente diferenciará uma marca não é o que ela vende, mas o que ela faz as pessoas sentirem.
Seguindo a mesma linha, o painel “Unleashing Brand Fandom” trouxe cases da indústria do esporte e do entretenimento para comprovar que empresas que criam espaços para interação genuína e emocional constroem comunidades leais, que falam, defendem e compartilham sua marca. Esse mesmo ponto foi reforçado pela brilhante documentarista Cheryl Miller Houser, que emocionou a plateia com vídeos de marcas que, através da união entre humanidade e tecnologia, abraçaram momentos de vulnerabilidade para transmitir uma mensagem poderosa à sua audiência.
Mas essa lógica vai além do consumidor final. Empatia também é um fator competitivo dentro das empresas. Em diversos momentos do festival, ouvimos que as organizações que incentivam interações reais, vulnerabilidade e colaboração criam times mais produtivos, engajados e inovadores. Um ponto marcante veio do relatório de Amy Webb, CEO do Future Today Strategy Group, que destaca que colaboradores que se sentem emocionalmente conectados com suas equipes são três vezes mais propensos a permanecer na empresa por longos períodos.
A grande lição do SXSW 2025, para mim, é que empatia é uma palavra chave para o crescimento sustentável das organizações. O futuro pertence às marcas que entenderem que, mais do que vender, elas precisam criar vínculos emocionais reais – tanto com seus consumidores quanto com seus colaboradores. Quem conseguir equilibrar tecnologia, propósito e conexão humana, além de obter uma enorme vantagem competitiva, estará realmente fazendo a diferença em um mundo que, apesar de hiperconectado, está mais frágil do que nunca.
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