O futuro da Educação no radar do SXSW
O que vai fazer com que as pessoas evoluam profissionalmente, não é entender como essas novas tecnologias funcionam em si, mas como elas podem gerar melhoria de vida para elas
O que vai fazer com que as pessoas evoluam profissionalmente, não é entender como essas novas tecnologias funcionam em si, mas como elas podem gerar melhoria de vida para elas
14 de março de 2023 - 13h42
As reflexões sobre como revolucionar a Educação estão presentes já nas primeiras trilhas do SXSW, maior evento de inovação do mundo, que acontece em Austin (EUA) nesta semana. No centro da discussão está a preocupação de qualificar mais pessoas em habilidades específicas para o mercado de trabalho e profissões do futuro, fazendo com que elas possam acompanhar a velocidade com que as tendências e inovações acontecem, se convergem e se modificam.
Como ressaltou Amy Webb, CEO do Future Today Institute, que fez uma das palestras mais aguardadas desta edição, ao apresentar estudo que reúne 666 tendências, a tecnologia é uma grande aliada para gerar e distribuir esse conhecimento, mas a própria Internet, com o uso da Inteligência Artificial (IA) e Chat GPT, está se modificando para um lugar que está buscando a informação e não mais o lugar onde nós as buscamos.
Na minha visão, o que vai fazer com que as pessoas evoluam profissionalmente, não é entender como essas novas tecnologias funcionam em si, mas como elas podem gerar melhoria de vida para elas. Amy também comentou que as sociedades que irão prosperar mais são as que conseguirem fazer o upskilling, ou aprimoramento de habilidades, para a população, já que as pessoas precisam ter conhecimento das coisas para conseguirem imaginar o futuro.
Para promover essa educação, são os professores, com um olhar para a necessidade de aprendizagem de cada aluno em cada fase da sua jornada de aprendizado, que terão papel fundamental para instrumentalizá-los e capacitá-los para ajudar a darem o próximo passo. Como disse o Rohit Bhargava, que palestrou sobre as 10 tendências não-óbvias, “pessoas que entendem pessoas prosperam”.
Outro ponto importante levantado, dessa vez por Lisa Gevelber, do Google, e Harrison Keller, membro do Conselho de Coordenação de Ensino Superior do Texas, na apresentação sobre a reinvenção da educação para o futuro do trabalho, é a dificuldade que as empresas têm enfrentado para contratar pessoas com habilidades específicas. De acordo com eles, o mercado norte-americano carece de profissionais graduados, que é requisito para 80% das oportunidades de trabalho, mas somente 30% dos adultos no país possuem essa qualificação.
Transportando para a realidade do Brasil, onde apenas 14% dos adultos chegaram ao ensino superior, segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), esse impacto pode ser ainda maior se o setor educacional não se mobilizar. É preciso um esforço para gerar conscientização sobre a necessidade de aperfeiçoamento, oferecer capacitação – com um modelo acadêmico inovador não somente para graduação, mas incluindo cursos livres, profissionalizantes e técnicos -, e uma experiência marcante para os estudantes em um ambiente em que todos possam imaginar uma vida melhor por meio do conhecimento.
Há muito a se construir na jornada da Educação no país, mas é preciso reconhecer que o caminho já começou a ser pavimentado com cursos de qualidade mais acessíveis, com foco nas necessidade dos alunos e inserção dos mesmos no mercado de trabalho.
Que todos esses aprendizados estejam presentes na Educação e que dessa forma seja possível ajudar as pessoas a alcançarem a melhor versão de si mesmas em prol de um futuro melhor para todos.
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