O futuro da inovação é humano
Assinar
De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

O futuro da inovação é humano

O que não muda nunca é a nossa nossa natureza social, gregária – e os líderes que entenderem e priorizarem isso têm uma vantagem competitiva que IA nenhuma conseguirá superar


8 de março de 2025 - 14h43

Quando pensamos no SXSW, a inovação tecnológica é a primeira associação que vem à mente. O evento é, de fato, referência em apontar e discutir novas tecnologias e como elas vão moldar o futuro. Inteligência artificial, especialmente, é a estrela do evento já há algumas edições. Quando muito se discute sobre os possíveis impactos negativos da IA e como ela tem o potencial de substituir de maneira avassaladora recursos humanos, traz-me um certo alento ver que grande parte da programação do “SX” está voltada para temas como relacionamentos e conexões humanas.

Achei bastante simbólico o fato da palestra de abertura, conduzida por Kasley Killam, colocar em foco a “saúde social”, que é o termo usado pela autora para tratar da qualidade das nossas interações e relacionamentos — algo fundamental não apenas para o bem-estar individual, mas também para a produtividade no trabalho e para a coesão da sociedade como um todo.

Imagine que, no palco do evento este ano, fosse apresentada uma tecnologia que comprovadamente aumenta em 7x a produtividade dos funcionários de uma empresa – o que aconteceria? Tenho certeza de que este produto seria um hit e haveria uma longa fila de empresas interessada em comprá-la. Pois bem, Killam trouxe dados de que este é o aumento de produtividade de colaboradores que têm amigos no trabalho. Estas pessoas são não apenas mais produtivas, como também mais satisfeitas e menos propensas a buscar outros empregos.

Falamos muito sobre como a IA pode aumentar a produtividade e otimizar processos, mas será que estamos investindo o mesmo esforço para criar conexões reais entre colaboradores? Como líderes, estamos intencionalmente criando espaços e situações para que os membros dos nosos times se conheçam e se conectem para além do crachá?

No âmbito da educação, ocupamo-nos de equipar nossos jovens com as melhores tecnologias e incentivamos que aprendam programação e outras habilidades técnicas. Mas e se nas escolas houvesse disciplinas voltadas para ensinar a construir e manter relações saudáveis? Em um mundo onde as interações virtuais se tornam cada vez mais comuns, essa habilidade pode ser tão ou mais essencial quanto saber codificar.

Tecnologias surgem, evoluem e transformam a nossa sociedade. Porém, o que não muda nunca é a nossa nossa natureza social, gregária – e os líderes que entenderem e priorizarem isso têm uma vantagem competitiva que IA nenhuma conseguirá superar.

Publicidade

Compartilhe