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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

O futuro das emoções na era da Inteligência Artificial

Quando a inteligência emocional encontra a inteligência artificial, novas possibilidades surgem para o mercado financeiro


10 de março de 2025 - 15h51

E se a tecnologia pudesse sentir? No SXSW 2025, o painel “Emotional Machines: AI, Feeling & The Human Body” mostrou que, embora máquinas não sintam emoções como nós, elas já conseguem interpretá-las e responder a elas. Essa evolução promete redefinir nossa interação com a tecnologia – e abrir novas possibilidades com o uso de agentes de IA para setores que dependem da confiança e da tomada de decisão, como saúde, atendimento ao cliente e finanças.

Entre as tendências discutidas, a disponibilização de agentes de IA para oferecer serviços financeiros mais personalizados e proativos, se destaca. Esses agentes podem aprender com as emoções, comportamentos e necessidades dos clientes, oferecendo soluções mais precisas e humanizadas. No contexto financeiro, isso significa uma transformação no relacionamento entre instituições e seus clientes, tornando a experiência mais dinâmica.

A ciência já comprova que nossas decisões são amplamente influenciadas por emoções, muitas vezes inconscientes. Batimentos cardíacos, variações na condutividade da pele e padrões cerebrais refletem nossos sentimentos. Empresas como o Kinda Studios já utilizam EEGs (eletroencefalogramas) e biossensores para captar esses sinais e criar experiências personalizadas. Essa decodificação de sinais emocionais é o caminho para criar experiências mais humanas e eficazes, aproximando empresas e consumidores.

Outro exemplo da aplicação dessa abordagem é o design emocional, que também emerge como um diferencial competitivo. Na palestra “Design in Tech Report 2025”, o vice-presidente de design e inteligência artificial da Microsoft, John Maeda, apresentou o conceito de “Autodesigners”: sistemas de IA que adaptam interfaces e interações de acordo com o estado emocional do usuário. Isso levará as experiências digitais além da simples execução de comandos, com assistentes, chatbots e plataformas ajustando interações de maneira intuitiva e empática.

No universo financeiro, isso abre caminho para serviços mais estratégicos. Soluções digitais podem evoluir para oferecer experiências hiperpersonalizadas, ajustando recomendações de crédito, prazos e taxas conforme o comportamento emocional dos clientes. Em um setor que lida diretamente com decisões baseadas em emoções, como ansiedade e confiança, agentes de IA podem ajudar na construção de jornadas mais humanizadas.

A “inteligência emocional” pode aprimorar a oferta de produtos, como no caso das compras online. Imagine um agente de IA que, ao perceber seu estado emocional, sugere o produto que melhor se alinha às suas necessidades, oferecendo, por exemplo, uma alternativa mais econômica ou com características que atendem às suas preferências específicas. Em vez de uma simples comparação de preços, esse agente poderia levar em conta a sua jornada emocional e, ao mesmo tempo, mostrar a oferta mais vantajosa, criando uma experiência de compra mais conectada e satisfatória.

Para exemplificar: imagine uma IA que detecta sinais de estresse em um empreendedor e sugere ajustes no fluxo de caixa ou opções de crédito mais alinhadas ao seu perfil emocional. Ou um sistema que identifica padrões de ansiedade em clientes e propõe abordagens educativas para melhor gestão financeira. As possibilidades são infinitas!

O futuro das fintechs está na construção de relações mais próximas e personalizadas com seus usuários. A inteligência artificial não precisa apenas automatizar processos, mas pode se tornar uma aliada na construção de experiências financeiras mais humanas.

Como foi dito no SXSW, “nosso desafio não é criar máquinas que pensam como humanos, mas sim criar máquinas que nos ajudem a sermos mais humanos”. O futuro das finanças passa pela inteligência emocional também das máquinas. Estamos prontos para um mercado onde a tecnologia compreende e responde às nossas emoções?

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