O futuro do setor financeiro: Do storytelling à inteligência viva
Tendências do SXSW para o setor financeiro apontam para um futuro impulsionado por inteligência artificial, hiperconectado e sem fricção à vida digital das pessoas
Tendências do SXSW para o setor financeiro apontam para um futuro impulsionado por inteligência artificial, hiperconectado e sem fricção à vida digital das pessoas
9 de março de 2025 - 18h01
O segundo dia do SXSW trouxe uma enxurrada de tendências tecnológicas, com destaque para a apresentação de Amy Webb e o Future Today Strategy Group (FTSG) sobre o impacto da convergência entre Inteligência Artificial, sensores avançados e biotecnologia. O conceito de “Inteligência Viva” (Living Intelligence) propõe que sistemas autônomos sejam capazes de aprender, adaptar-se e tomar decisões sem interferência humana. No setor financeiro, isso se traduz na ascensão de agentes autônomos, pagamentos invisíveis e infraestrutura descentralizada.
O impacto nos serviços financeiros foi um dos pontos centrais do relatório de Webb. A tendência dos pagamentos instantâneos e frictionless promete mudar completamente a experiência do consumidor, reduzindo a necessidade de interações manuais e transformando a jornada de compra. O embedded finance e o open banking também ganharam destaque, sinalizando um futuro em que os serviços financeiros estarão integrados a plataformas não bancárias, criando novas oportunidades para empresas que conseguirem antecipar essa transição.
Contudo, se o futuro dos serviços financeiros passa pela autonomia da IA, também nos leva a um desafio: como absorver e se preparar para um volume tão grande de transformações? O relatório de Amy Webb, com mil páginas, é uma bússola indispensável, mas navegar por todas essas tendências exige estratégia e discernimento.
A Disney também trouxe insights sobre storytelling e tecnologia imersiva em sua palestra, destacando como as narrativas podem ser expandidas por meio da integração entre o mundo digital e o físico, unindo inovação com experiência do usuário. Um exemplo notável disso é a MagicBand, um wearable (ou seja, um “dispositivo vestível”) que oferece uma experiência de pagamento integrada nos parques, conectando os visitantes não apenas à parte financeira, mas também a todo o universo de interações do local.
A MagicBand vai além do simples pagamento, ativando experiências exclusivas e criando um ecossistema que estimula os visitantes a se envolverem ainda mais, transformando compras em um ato de colecionismo e engajamento emocional. Esses elementos refletem o futuro dos serviços financeiros, onde a experiência do usuário e a praticidade são fatores essenciais para criar conexões duradouras, além de experiências fluidas e intuitivas para os clientes.
As empresas precisam encontrar um equilíbrio entre antecipação estratégica e execução pragmática, não ser apenas um acúmulo de insights desconectados da realidade do mercado. A pergunta que fica não é apenas o que vai mudar, mas como podemos transformar tendências em vantagens competitivas reais.
O futuro chegou. Cabe a nós decidirmos como vamos habitá-lo.
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