O futuro é coletivo, esse foi o recado do SXSW 2023
“Não basta dizermos um monte de coisas inteligentes. Temos que recuar e trazer outras pessoas pra mesa, é sobre como discutir o futuro juntos” – Ian Beacraft
“Não basta dizermos um monte de coisas inteligentes. Temos que recuar e trazer outras pessoas pra mesa, é sobre como discutir o futuro juntos” – Ian Beacraft
20 de março de 2023 - 14h07
Chega ao fim a edição 2023 do maior evento de convergência das indústrias interativa, cinematográfica e musical. Foram dias intensos em Austin, e agora levamos na bagagem muita lição de casa. O mundo será bem diferente daquele que imaginamos no forecast da vida. Precisaremos todos, sem excessão de upskilling, uam reciclagem completa sobre temas exponenciais que dominiarão as formas de como evoluiremos daqui para frente.
Mas calma, o primeiro aprendizado é que neste mundo não cabe especialista, não há quem escreva o playbook ou o plano de ações – e se alguém se denominar assim a sua frente, desconfie – será um mundo de generalistas, como comentou Ian Beacraft.
Também não seremos substituídos pela inteligência artificial, apesar de achar que o quase desespero pelas ferramentas de inteligência artificial generativa como chatGPT, Midjourney, entre outras denunciem um senhor humano limitado em busca de superpoderes. Esse é o perigo, ser quem não se é. A inteligência artificial será de grande valor par muitas indústrias, mas precisará de serem humanos preparados para lidar com elas, que inverta a lógica de hoje e as coloque a seu serviço. Amy Webb trouxe que teremos mais tempo de qualidade para viver melhor, enquanto programarmos inteligências artificiais para fazer aquele trabalho que nos rouba tempo, será como um estagiário.
Porém o grande salto tecnológico será a junção da inteligência artificial com a computação quântica, Whurley ministrou uma masterclass desmitificando o conceito, mas trazendo a todos os impactos, evoluções e até mesmo as preocupações. Ações básicas como otimizações e agilidade na tomada de decisão dividirão espaço com grandes conquistas como uma disrupção econômica e melhor gerenciamento do sistema bancário e financeiro e dos sistemas de saúde.
As novas tecnologias mudarão sensivelmente a saúde como vemos hoje, primeiro porque dados nos trazem preditividade e assim teremos mais sistemas de prevenção do que cura, melhorando significativamente a qualidade de vida e fazendo com sejamos produtivos por muito mais tempo. Em um painel mediado pelo Chip Conley sobre como estar preparado para viver 100 anos chamou a atenção que estamos mais alertadas aos sintomas do nosso carro do nosso corpo, e com a tecnologia disponível cuidar da máquina humana se tornará mais fácil. Porém ao contrário de imaginarmos que esses 35 anos que ganhamos serão utilizados em atividades para aposentados o que precisamos é preparar os ambientes de trabalho para conviver com esses jovens sábios e as demais gerações, um processo de reskilling e upskilling como já dito.
Outra evolução na medicina e qualidade de vida que pudemos ver e aprender foi sobre BCI (brain-computer interfaces) que através da tecnologia promovem qualidade de vida e mais do que isso, dão aos portadores de diversas síndromes a capacidade de viver de forma igual aos demais.
Esse ponto da igualdade é importante ressaltarmos, talvez a febre do chatGPT e a presença do CEO da OpenAI na programação, se buscou um destaque errado sobre a temática do festival, que na verdade foi aberto por Simran Jeet Singh, especialista na sabedoria Sikh que prega justamente que prega justamente a igualdade. Ou seja, o evento ainda segue mais humano do que tecnológico, o importante é sabermos como usar as tecnologias para gerar impacto social e transformação na busca desta igualdade.
Outro ponto de aprendizado é que nada disto será feito de forma individual, o futuro como desenhado Neil Radding abandona o individuo e adota um ecossistema construtivo, e por muitas vezes ouvimos que o individualismo é causador de muitas das doenças do planeta. Podemos levar essa discussão para o filosófico, pelo especulativo do design ou nos basearmos na discussão tecnologia onde a base para o sucesso no metaverso é construir e gerenciar de forma ativa a sua comunidade. O futuro será construído de forma coletiva.
Falando em metaverso, para aqueles que apostarão que era uma moda, ele chegou de forma bastante assentada na edição deste ano, Sandy Carter trouxe exemplos práticos de quem e como já está tendo sucesso neste universo base da Web 3, qiue solidifica que a internet como conhecemos hoje já não existe mais será substituída por uma junção de tecnologias e atuará de forma orgânica e descentralizada, a Aismose como definido por Amy Webb.
Para mim é um orgulho ter o SXSW com milestone na minha vida, no meu ano, para muitos o ano começa depois depois do Carnaval para mim ele acelera depois de Austin, e cabe a cada um de nós trazer pra mesa outras pessoas que não estavam aqui opara discutirmos o futuro juntos.
No ano que estaremos aqui novamente, e vale o balanço de que mundo estamos construindo em comunidade ou se seguimos na busca individual de superpoderes.
Disclaimer: Ao contrário de muitas apresentações e outros artigos aqui esse texto não foi gerado por uma inteligência artificial.
*Camilo Barros é especialista em Leadership Innovation pelo MIT, head of partnerships da Vidmob, diretor da Abedesign, professor a Inova Business School, sócio do Institute for Tomorrow e criador do TomorrowCast.
Compartilhe
Veja também
SXSW 2025 anuncia mais de 450 sessões
Pertencimento e conexão humana estão entre os principais temas da programação do evento, que conta com 23 trilhas de conteúdo
SXSW 2025 terá Douglas Rushkoff, Amy Webb, John Maeda, entre outros
39ª edição do South by Southwest apresenta uma mescla entre veteranos e estreantes em sua grade de programação, composta por 23 trilhas