9 de março de 2025 - 12h42
Nos Estados Unidos, o YouTube já é o serviço de streaming mais assistido nas TVs conectadas, na frente de Netflix e Disney+. Entre os jovens, 95% daqueles entre 13 a 17 anos acessam o Youtube, enquanto as outras plataformas estão abaixo dos 70% nessa mesma faixa etária*. No Brasil, já são mais de 75 milhões de brasileiros que assistem YouTube em suas TVs. Em um cenário de consumo de vídeo sob demanda cada vez mais fragmentado, o YouTube ocupa um espaço privilegiado nessa disputa. No Brasil, onde a plataforma é massivamente consumida, essa realidade se repete. Mas por que as marcas ainda focam tanto no Instagram e deixam o YouTube de lado em suas estratégias de influência e anúncios?
Marcas só fazem marketing de influência nas plataformas onde também criam conteúdo.
O Instagram se consolidou como o principal canal de influência digital nos últimos anos e vem disputando espaço com Tiktok. No entanto, muitas marcas adotam uma estratégia autocentrada, priorizando a produção de conteúdo nos ambientes onde ela própria também produz conteúdo, sem explorar de fato o potencial dos creators e dos vídeos longos.
Na pesquisa ROI & Influência que fizemos em 2024, em parceria com a Nielsen, vimos que 61% das marcas pretendiam aumentar o investimento em marketing de influência para 2025, mas grande parte dessas verbas ainda se concentra no Instagram e TikTok, ignorando o impacto de plataformas como o YouTube.
E o que elas perdem quando fazem isso?
1. Audiência engajada e fiel: O YouTube possui uma base de usuários que consome conteúdo por mais tempo e de forma mais profunda, ao contrário das interações rápidas e mais superficiais.
2. Diversidade de formatos e maior retenção: Enquanto os Reels e TikToks e Shorts são ótimos para gerar alcance rápido, o YouTube permite contar histórias mais completas, fundamentais para criar conexão..
3. Busca orgânica: Diferente de outras plataformas, onde o conteúdo morre rapidamente, vídeos no YouTube continuam sendo encontrados por anos por meio da busca, ampliando o impacto e aumentando o retorno sobre o investimento feito.
Como repensar sua estratégia de influência nesse cenário?
Para atrair novas audiências, como a GenZ, que já consome o YouTube como sua “nova TV”, as marcas precisam sair da inércia:
● Co-criar com creators relevantes: Investir em influenciadores que já têm autoridade na plataforma, produzindo conteúdo autêntico e conectado às conversas relevantes para suas comunidades.
● Apostar em conteúdo evergreen: Criar vídeos que permaneçam relevantes ao longo do tempo, como tutoriais, reviews e documentários de marca.
● Ampliar o mix de mídia paga: Complementar as estratégias de anúncios em redes sociais com campanhas no YouTube, que têm alto impacto e grande capacidade de segmentação.
A TV foi por muito tempo o canal dominante para a publicidade, e a minha aposta é que, à medida que o parque de TVs conectadas for crescendo no Brasil, o YouTube terá o papel de trazer a TV de volta à prioridade das marcas, de forma mais acessível, segmentada e com linguagem nativa, especialmente para audiências que a TV “tradicional” já não alcança mais.