O paradoxo da escolha do SXSW
Assim como o 'Paradoxo da Escolha' do Barry Schwartz me ajudou a chegar até aqui, espero encontrar mais teorias que me ajudem a evoluir lá no SXSW
Assim como o 'Paradoxo da Escolha' do Barry Schwartz me ajudou a chegar até aqui, espero encontrar mais teorias que me ajudem a evoluir lá no SXSW
6 de março de 2024 - 14h58
2024 marca vinte anos do lançamento do livro “The Paradox of Choice: Why More is Less” do Barry Schwartz. Essa foi uma das teorias que mais me impactou nos meus 23 anos de trabalho em estratégia. Para quem nunca ouviu falar, o ‘Paradoxo da Escolha’ é uma teoria de psicologia comportamental que diz que quanto mais escolhas temos, mais paralisados ficamos. Através de vários estudos e testes com consumidores, o Barry Schwartz conseguiu provar que quanto mais ofertas e marcas oferecemos as pessoas, mais difícil fica a decisão. Para quem tem mais interesse sobre o tema, o TED talk do Barry Schwartz é incrível.
Essa teoria impactou tanto a forma como eu penso que parte do nosso posicionamento aqui na Euphoria é baseada nela. Quando falamos em combater a apatia, estamos tentando combater o paradoxo da escolha. Em um mundo que somos bombardeados por mais e mais informações, através de mais plataformas, onde os algoritmos estão cada vez mais espertos e a inteligência artificial vai tornar essas soluções cada vez mais pessoais para a gente, a resposta mais provável que aconteça é que a gente fique paralisado. Na nossa visão, apatia (ou essa paralisia) é o grande inimigo das marcas. E é aí que a criatividade pode trabalhar de forma eficiente, em como conseguir uma mudança de comportamento tão forte que quebre o paradoxo da escolha. É a forma das marcas conseguirem quebrar a primeira grande barreira para entrar na conversa das pessoas e construir relevância cultural.
Hoje a noite, estou embarcando para o SXSW e confesso que estou no pico do meu paradoxo da escolha. Explico: há algumas semanas, estou estudando todas as centenas de opções de palestras, workshops, experiências, ativações, shows que vão rolar lá no evento. E toda essa avalanche de opções me trouxe um paradoxo da escolha fortíssimo. Não apenas pela quantidade de opções ou pelo clichê do FOMO que todo millennial como eu está acostumado a ter, mas também pelo meu objetivo de ir num evento como esse. A minha busca vai além de aprender coisas novas ou encontrar as celebridades-palestrantes que o SXSW sempre traz. Minha busca é por encontrar teorias que ajudem a melhorar a nossa própria teoria aqui na Euphoria.
Como qualquer planejador de carteirinha, trabalho incansavelmente para derrubar as hipóteses que crio para resolver problemas de clientes, marcas e, no caso da agência, do próprio mercado. É um trabalho constante de tentar matar sua própria criatura o tempo todo. E saber que, se ela sobreviver, ela ficará mais forte. E, como não tem regra de onde essa inspiração ou ‘arma’ para essa carnificina pode vir, fico aqui no loop do meu paradoxo constante. É o meu dia da marmota. Palestra que mistura NASA com poesia? Bora. Trevor Noah? Com certeza. A mistura de podcast storytelling e marcas? Deve ser foda. Pegar a fila do Franklin Barbecue? Mais fácil que pegar fila na Disney. Como AI vai acabar com a humanidade? Sempre uma boa pedida. Tudo pode trazer hipóteses. Qualquer teoria pode ser valiosa. Qualquer insight pode moldar como a gente pensa aqui na agência. Tudo pode impactar como vamos evoluir nosso negócio.
Assim como o ‘Paradoxo da Escolha’ do Barry Schwartz me ajudou a chegar até aqui, espero encontrar mais teorias que me ajudem a evoluir lá no SXSW. E torço muito para que o mercado publicitário também encontre teorias que o faça evoluir para lugares onde nunca pensamos estar.
Agora só o que posso fazer é voltar para meu paradoxo e levar uma melatonina no avião. A viagem é longa.
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