Assinar
De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

O que fica, o que muda e o que importa

Dias intensos de festival, dezenas de painéis e uma certeza: a experiência de marca precisa evoluir na mesma velocidade das pessoas


10 de março de 2025 - 17h28

Três dias de SouthBy foram pra conta e depois de um tempo entendendo a dinâmica da cidade, das salas e – principalmente – das filas, já me sinto preparado o suficiente pra vir aqui e dar uma opinião que pode mudar amanhã. Afinal, o festival é esse ecossistema vivo, onde as ideias se cruzam e se transformam ao longo do tempo.

A grande lição até aqui? Nada é permanente. Tudo evolui, seja no campo tecnológico, seja no comportamento das pessoas.

Pode parecer óbvio, mas, na prática, poucas marcas, diretores de marketing e criativos têm a flexibilidade de revisar estratégias e formatos conforme o cenário se transforma. Muitas vezes, a busca por “consistência” prende as marcas a narrativas que já não ressoam com quem consome seus produtos.

Um ótimo exemplo de adaptação vem da Stanley. No painel “Criando conexões autênticas por meio da cultura”, Graham Nearm, Chief Brand Officer (CBO) da marca, destacou como a empresa vem ajustando sua comunicação nos últimos anos. O foco já passou do benefício prático de manter a temperatura das bebidas para a vida outdoor e o camping, até chegar à posição atual: uma marca associada a um estilo de vida mais fitness e sustentável. Essa transição acompanha as mudanças geracionais e se conecta diretamente com os novos hábitos de consumo.
Isso se reflete no tema dominante dos conteúdos que acompanhei até agora no South by Southwest 2025. E, ao contrário do que muitos imaginam, não é a inteligência artificial que lidera as conversas, mas sim as pessoas.

Dos autores Rohit Bhargava a Scott Galloway, dos Imagineers da Disney ao ator Ben Stiller, passando até pelo CEO dos X-Games que quer colocar juízes de IA nas competições, o grande ponto de convergência é o mesmo: entender as pessoas, suas histórias e o que realmente importa para elas. Esse olhar atento para o comportamento humano se tornou o fio condutor de quase todas as discussões.

Em um debate instigante entre Brené Brown e Malcolm Gladwell, surgiu a provocação: por que em áreas como a física, novas descobertas substituem teorias antigas, enquanto temas como “a criação dos nossos filhos” continuam sendo revisitados e reabordados? A resposta veio direta: porque as pessoas mudam. Os contextos sociais mudam. A forma como absorvemos mensagens muda. E isso não se aplica apenas à educação, mas também à construção de marcas.

Se há algo que aprendi nestes dias de SXSW 2025, é que a única estratégia definitiva para marcas que querem se manter relevantes é a adaptação. Quem não se movimenta, fica para trás.

Publicidade

Compartilhe