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SXSW

OpenAI: “A inteligência artificial nos torna humanos”

Head do ChatGPT, Peter Deng acredita que, no futuro, pessoas não se importarão se o conteúdo é criado por IA ou por humanos


11 de março de 2024 - 19h10

Pelo segundo ano consecutivo, a OpenAI ocupa o palco principal do South by Southwest. Ano passado, a empresa veio ao evento representada pelo co-fundador e presidente, Greg Brockman. Desta vez, o head do ChatGPT e vice-presidente de consumo da OpenAI, Peter Deng, foi entrevistado pelo venture partner Josh Constine sobre o futuro da inteligência artificial, direitos autorais e deepfake.

Peter Deng, head do ChatGPT, acredita que IA abrirá espaço para exercer a curiosidade e se aprofundar em questões diversas (Crédito: Thaís Monteiro)

Peter Deng, head do ChatGPT, acredita que IA abrirá espaço para exercer a curiosidade e se aprofundar em questões diversas (Crédito: Thaís Monteiro)

Logo de início, Deng foi enfático sobre o posicionamento da OpenAI em relação a inteligência artificial. O intuito da empresa é tornar a tecnologia mais acessível para que mais pessoas possam aproveitar da rapidez que ela oferece e abrir espaço na agenda para ser “mais humano”.

“A AI nos torna mais humanos. Eu vejo IA como uma ferramenta. Ajuda a nos aprofundarmos e a explorar o que pensamos. Por exemplo, crianças são a forma mais pura de ser humano. Eles perguntam o tempo todo, são curiosas. Com a IA, podemos exercer essa curiosidade. Outro dia, li que uma pessoa passou a entender Shakespeare com ajuda da IA Essa exploração é poderosa. Nos permite exercer a criatividade humana. É como ter um professor disponível o tempo todo”, afirmou.

A partir dessa consideração, o executivo continuou reforçando as qualidades da inteligência artificial, como a facilidade que ela proporciona para aprendizados, como programação, processar pensamentos, se aprofundar em questões diversas e, finalmente, liberar tempo a partir do ganho de produtividade e velocidade na execução de tarefas. “Nossa mente está muito ocupada atualmente. Precisamos de tempo para explorar ideias, aquietar a mente e dar uma pausa. A IA nos libera para atingir níveis mais altos de pensamento”, disse.

Se isso acaba, na verdade, criando um ciclo vicioso em que a economia de tempo é usada para fazer mais trabalho, Deng respondeu que cada um decide a forma de usar a tecnologia e comparou a IA a mais um avanço na tecnologia, assim como a calculadora, que passou a facilitar o dia a dia de quem precisava fazer contas e não necessariamente sabia fazer as operações. Futuramente, ele crê que as empresas vão se tornar menores, mas melhores em detrimento da IA.

Ao invés de resistir à IA, o executivo recomenda que pessoas e indivíduos adotem a tecnologia para entender os riscos e acelerar o trabalho.

Criatividade, deepfake e direitos autorais

O executivo acredita que a inteligência artificial ajuda até as profissões que envolvem criatividade. Ele citou como exemplo uma artista que publica fotos de suas pinturas no ChatGPT e pede feedback e críticas para que ela possa melhorar seu trabalho. “Artistas devem ser parte desse ecossistema. Se conseguirmos criar arte mais rápido, vamos ajudar a indústria melhor”, disse.

Deng não respondeu se os artistas deveriam ganhar uma compensação pelo uso de suas artes como inspiração.

Questionado sobre deepfakes, Deng afirmou que acredita que no curto prazo, essas discussões são importantes, sobretudo em época eleitoral, e sublinhou que a OpenAI está atenta a isso e firmando parcerias em prol de combater conteúdos falsos. No entanto, a longo prazo, as pessoas não irão mais se importar se um conteúdo é criado com auxílio da IA ou não.

“Ninguém liga se alguém usou o Grammarly para corrigir ortografia ou o Photoshop para uma foto. Antes o pão era feito apenas artesanalmente. Hoje, é feito por máquinas. No futuro, não sei se as pessoas vão ligar se algo é feito com IA. Se ligarem, vai ser corrigido”, argumentou.

Antes de regulações, ele acredita que as pessoas podem estabelecer diálogos saudáveis se usaram a IA ou não para produzir um conteúdo.

Futuro em desenvolvimento

Diante da velocidade desse mercado, o head do ChatGPT contou que a empresa tenta focar nas necessidades que identificam a partir do usuário. Atualmente, a empresa pensa em como desenvolver novas ferramentas focadas em texto e código, já que mapeou que essas são as funções mais utilizadas pelos usuários. O objetivo é remover fricções para que os usuários possam exercer o que desejam a partir do ChatGPT. “O mundo precisa de uma ferramenta flexível que ajuda a remover barreiras do trabalho que eles têm”, afirmou.

Questionado se queria adicionar valores ao ChatGPT, Peng respondeu que, idealmente, gostaria que a IA pudesse refletir a forma e valores de cada pessoa individualmente ao invés de inscrever valores universais ao software.

O executivo ainda disse que a OpenAI contrata colaboradores de todo o mundo para beneficiar a todos e não manter uma mentalidade autocentrada. Além disso, ele frisou que o time de desenvolvimento trabalha com o de segurança em todos os passos da criação de um novo produto.

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