Partiu, download SXSW 2024!
A melhor forma de aprender é compartilhando. O que fazer com todas as informações, provocações, insights e desconforto?
A melhor forma de aprender é compartilhando. O que fazer com todas as informações, provocações, insights e desconforto?
21 de março de 2024 - 16h01
O SXSW, palco de inovação e intersecção de ideias, chegou ao fim. E agora? Como podemos aproveitar o que aprendemos e as conexões feitas durante esses dias? Como ampliar o acesso ao conhecimento? A resposta está no compartilhamento – uma prática enfatizada por Hugh Forrest, Co-Presidente e Chief Programming Officer do festival.
Escrevo este texto enquanto me preparo para participar dos downloads com os grupos Creative SP (junto com oclb), EXP+PROS e para a agência Brunch. Estou revisando anotações, acompanhando sessões através do Otter, em áudio (no app do evento) e assistindo a vídeos no YouTube. Meu foco foi em XR, spatial computing e audiovisual expandido. Participei de um painel na Casa SP com Charlie Fink, Lyara Oliveira e Sérgio Galvão Roxo, e também atuei como mentora. Mas explorei sessões de outras tracks sobre comportamento, cultura, áudio, ambiente de trabalho, AI, espaço e arte.
Cada pessoa teve sua própria experiência no SXSW, e juntos conseguimos formar um panorama das tendências que serão destaque nos próximos meses. O festival serve como um indicador de pautas que estarão em evidência.
Durante o evento, participei de micro downloads, como com a Fernanda Tchernobilsky e com o Pedro Capellão na roda gigante da ativação da Audible, onde discutimos a gravação do podcast de Esther Perel com Trevor Noah (já disponível em “Where Should We Begin”). A frase que mais marcou o Pedro foi: “Quando você decide confiar, está assumindo um risco, ou é ao assumir um risco que você constrói a confiança”? Também me impressionei com: “O humor é a forma mais próxima de nos conectarmos com alguém sem tocá-lo fisicamente”.
As interações entre as atividades foram essenciais. Conversei com o Rafael Lazarini e com a Raquel Cogliati sobre a importância do balanço entre conteúdo e parte social em um festival. Precisamos de momentos de pausa e respiro.
Manzar Feres, Duda Pereira e equipe demonstraram na prática como acolher bem a comunidade brasileira, criando um dos espaços de troca e networking mais badalados do festival.
Iron Neto destacou a importância da jornada do herói na organização de um evento e reforçou que todos os detalhes são planejados pra criar uma trajetória de emoções.
Com Patrícia Carneiro e Lú Bazanella, discutimos a importância da protopia durante o meetup da economia criativa brasileira.
Paulo Aguiar, sempre ligado em tudo o que rola, destacou que estava buscando novidades em AI e que como a evolução é exponencial não ouviu falar sobre grandes novidades da semana como o robô (Figure 1) com chat GPT e as atualização do midjourney e de AI da Adobe. Fabio Holtz que integra AI em seus projetos de audiovisual reforça a importância de pensarmos em AI como ferramenta. “Nós ainda somos humanos, a máquina, não”.
Ian Black sempre preciso vem com o olhar de agência nesse mundo de transformações das relações no trabalho. Sobre esse tema também participei de uma sessão “Connect” com a Amy Gallo. Junto com mais 15 pessoas em uma sala pequena tivemos uma discussão aprofundada sobre seu livro “Getting Along: How to work with anyone (even difficult people)”. Esse formato de sessão deveria ser replicado em outros festivais, porque promove conexão e intimidade entre os participantes.
Também troquei bastante com palestrantes como Rohit Bhargava, Henna Pryor, Gabo Arora, Laura Mingail, Ian Beacraft, Neil Redding, German Heller e Adrián Lopez em diversos eventos paralelos à programação (eles estão sempre criando conteúdo nas midias sociais, vale acompanhar). Algumas dessas conversas e micro downloads aconteceram na Casa SP, uma das grandes novidades desta edição. Um espaço oferecido pelo governo do Estado de SP através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e Invest SP em parceria com a Gerando Falcões e produzido pela SRCOM em frente ao ACC (centro de convenções). Um ato de coragem e ousadia que fez história, mais de 10.000 pessoas passaram por lá.
Durante um almoço na casa, inspirados pelo painel da Txai Suruí sobre a urgência da crise climática, discutimos o futuro do ser humano híbrido e a distância que teremos do animal que somos e da natureza.
No XR Experience, conheci Marion Deichmann e Rodi Glass, protagonistas de duas experiências em realidade virtual da trilogia “The Journey Back”. Elas são sobreviventes do holocausto e compartilharam suas histórias. Uma lição que aprendi com a Rodi: “Somos mais fortes do que pensamos. Devemos sempre recomeçar, não podemos perder a esperança. Precisamos cuidar uns dos outros, ser menos críticos e aceitar as diferenças, pois estamos aqui por um curto período. O ódio é uma terrível emoção. Não precisamos amar todo mundo, mas não devemos odiar ninguém a ponto de querer machucar ou fazer atrocidades. Não entendo esse sentimento. Não precisamos ter a mesma religião ou cor. Por favor, cuide da sua vida. Seja tolerante e aja com amor”.
Quem não participou presencialmente do SXSW pode acompanhar o que aconteceu através dos livros dos autores que estavam no evento e podcasts e newsletters de vários palestrantes. Muitas palestras já estão disponíveis no YouTube (https://www.youtube.com/@SXSW), incluindo apresentações de Sandy Carter em “Mind Machine Merge”, Jane Fonda, Amy Webb, José Andrés, “Life from Space”, “How We Build Resilience and Compassion” com Simran Jeet Singh, Dr. Joy Buolamwini, “Death of the Follower”, só pra citar algumas. Enquanto escrevo, novos conteúdos são adicionados. Com essas dicas o SXSX dura o ano inteiro e o acesso é maior.
Os uploads e downloads parecem ser um fenômeno brasileiro, mas isso não significa que os estrangeiros não estejam escrevendo artigos com insights valiosos sobre o festival. É muito bom incorporar a visão deles pra formar um mosaico mais completo.
Agora, com todas essas ideias fervilhando em nossas mentes, é hora de multiplicar os aprendizados. E para finalizar, o mais importante é o que fazer com todas essas informações, desconforto e provocações. Voltar à rotina ou partir para a ação?
Já estou envolvida em um grupo de trabalho para um projeto social. E você, como será seu pós SX?
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