Prever o futuro ou aprender a enxergá-lo?
No fim, a pergunta não é “qual será o futuro?”, mas sim “como estou me preparando para ele?”
No fim, a pergunta não é “qual será o futuro?”, mas sim “como estou me preparando para ele?”
8 de março de 2025 - 13h06
O futuro não se revela para os ansiosos, nem para os que esperam sentados. Ele favorece os inquietos, aqueles que sabem que a melhor forma de prever o amanhã é construir pontes a partir do hoje. No SXSW 2025, dois olhares distintos sobre essa jornada subiram ao palco hoje, e tive o privilégio de assisti-los ao vivo: Ariel Bernstein, líder global do Technology Vision da Accenture, que vê padrões na complexidade dos dados, e Rohit Bhargava, Founder da Non-Obvious Company, que enxerga nas entrelinhas da cultura os sinais do que vem por aí.
Bernstein parte da razão. Ele nos ensina que prever o futuro não é uma questão de adivinhação, mas de estrutura. Seu framework é direto: identificar sinais, transformar dados em convicções e, então, agir. O mundo está cheio de ruídos, distrações e falsas certezas – cabe a nós decodificar o que realmente importa. Na NASA, na CIA e nas maiores empresas do mundo, um princípio é claro: contradições são bem-vindas, pois desafiam certezas frágeis. Essas organizações possuem processos e pessoas cujo papel é justamente questionar o status quo todos os dias.
Bhargava nos convida a algo mais intuitivo. Ele argumenta que entender o futuro não é apenas uma questão de análise, mas de percepção. Observar a cultura, compreender as pessoas e buscar momentos de surpresa e admiração são suas direções. Afinal, como ele mesmo diz, “as respostas fáceis são apenas distrações”. O insight mais poderoso que obtive em sua palestra foi um lembrete de que, na maioria das vezes, a inovação nasce da interseção entre o óbvio e o inesperado.
Ambos concordam que prever o futuro significa estar pronto no presente. Significa reduzir a névoa da incerteza e enxergar padrões antes que se tornem consensos. Significa compreender que o futuro não é um destino, mas um estado de prontidão.
No fim, a pergunta não é “qual será o futuro?”, mas sim “como estou me preparando para ele?”. E essa, definitivamente, é uma reflexão que eu já fazia diariamente – e que ganhará ainda mais força depois deste SXSW.
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