Se faz sentir, faz sentido
No meio de tanta concorrência, o que realmente nos faz lembrar de uma marca é aquilo que nos faz sentir algo
No meio de tanta concorrência, o que realmente nos faz lembrar de uma marca é aquilo que nos faz sentir algo
17 de março de 2025 - 14h43
Vivemos em um mundo saturado de informações, onde cada marca luta para ser notada. Mas, no meio de tanta concorrência, o que realmente nos faz lembrar de uma marca? Não são apenas produtos ou campanhas bem-feitas. Definitivamente, o que fica na memória é aquilo que nos faz sentir algo. Emoções nos conectam, nos fazem querer voltar, compartilhar e transformar um simples consumo em uma experiência inesquecível.
Nos dias em que acompanhei os painéis do South by Southwest (SXSW) 2025, tive muitas reflexões sobre essa necessidade. Não basta ter um propósito. Marcas precisam contar histórias que toquem as pessoas, que ressoem além do óbvio. No talk “3 Dangerous Mistakes Marketers Make with Today’s Consumers”, Nancy Harhut, Chief Creative Officer da HBT Marketing, mencionou que 80% das decisões humanas são emocionais, e a lógica só entra depois para justificar o que já sentimos. Ou seja, apenas as marcas que despertam emoções verdadeiras conseguem se destacar no longo prazo.
Por isso, o marketing não pode se limitar a vender produtos. Um storytelling envolvente não apenas chama a atenção, mas constrói laços, cria pertencimento. Segundo os palestrantes que pude acompanhar, a chave está em duas principais avenidas: 1) a personalização: ninguém quer ser tratado como mais um número. As pessoas buscam experiências únicas, adaptadas à sua jornada, que ressoem com suas memórias e desejos; e 2) shoppertainment: em uma era definida pelo consumo massivo de conteúdo, sair do campo da informação para o entretenimento é crucial para captar atenção e conquistar um espaço na cabeça das pessoas, o que futuramente resultará em vendas.
Durante o painel “From FOMO to Fulfillment: The Science of Consumer Behavior”, Lawrence Williams, professor de marketing da Leeds Business School, na Universidade do Colorado, falou muito sobre outro fator essencial: o sentimento de escassez. Em geral, nós todos sentimos mais dor em estar perdendo algo do que prazer em conquistar. Ou seja, criar estratégias que fomentem essa sensação de que “a disponibilidade é limitada” se torna cada vez mais interessante como forma de despertar interesse, especialmente quando se fala em inovações disruptivas que trazem diferenciais tecnológicos importantes ao mercado.
Resumindo, em um contexto onde novas marcas surgem constantemente e “dupes” oferecem alternativas acessíveis, a verdadeira vantagem competitiva definitivamente não se ancora somente em preço ou portfólio. Está na capacidade de gerar memórias, despertar nostalgia, criar desejo. As pessoas querem o que parece exclusivo, o que as faz sentir especiais, o que as transporta para um momento único.
As marcas que realmente conquistam um espaço no coração do consumidor são aquelas que entendem que, mais do que vender, precisam emocionar. Porque, no fim das contas, não é sobre o que compramos, é sobre como nos sentimos na experiência com aquela marca desde o primeiro contato que tivemos com ela.
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