Sete Segredos sobre o Futuro (do Mercado Financeiro)
Rohit Bhargava presentou no SXSW sete segredos sobre como entender melhor as pessoas e, assim, antecipar tendências
Rohit Bhargava presentou no SXSW sete segredos sobre como entender melhor as pessoas e, assim, antecipar tendências
17 de março de 2025 - 14h12
O mercado financeiro sempre foi um setor de previsões, análises e estratégias. No entanto, prever o futuro nunca foi tão desafiador. Rohit Bhargava, futurista e autor do conceito de “pensamento não óbvio”, apresentou no SXSW sete segredos sobre como entender melhor as pessoas e, assim, antecipar tendências. Esses insights, voltados originalmente para a inovação e o comportamento humano, me fizeram refletir sobre o futuro do setor financeiro.
1. Ser exclusivamente humano é uma vantagem: A tecnologia avança, mas são as conexões humanas que criam valor real. “We trust people”, portanto, podemos entender que profissões como gerente de relacionamento e assessor de investimentos devem ganhar ainda mais importância, pois combinam tecnologia e empatia.
2. A identidade sempre molda crenças: Nossos comportamentos financeiros são influenciados pela cultura local, ambiente familiar e valores individuais. A forma como lidamos com dinheiro, crédito e investimentos não é apenas racional, mas também emocional e social.
3. Vencedores não são o mesmo que campeões: Nem sempre quem aparece como vencedor no curto prazo é quem realmente transforma o setor. No mercado financeiro, os verdadeiros “champions” são aqueles que sustentam e impulsionam inovações estruturais, mesmo que não colham os frutos imediatamente. Os reguladores, por exemplo, muitas vezes assumem esse papel. O Banco Central do Brasil, ao lançar iniciativas como o Pix, Open Finance e Drex (real digital), não buscou “vencer” no sentido tradicional, mas sim criar a infraestrutura para que outras inovações pudessem prosperar.
4. Respostas óbvias podem ser distrações: Previsões simplistas ignoram nuances que podem mudar completamente o jogo. O Metaverso, por exemplo, foi considerado “o futuro dos bancos digitais”, mas hoje perdeu força. Quantos produtos financeiros foram impulsionados pelo hype e desapareceram pouco depois?
5. Pessoas e experiências devem surpreender: O inesperado cria oportunidades. O Pix foi revolucionário no Brasil. No mercado financeiro, muitas inovações bem-sucedidas surgiram de experiências que ninguém esperava. Quem aí lembra que o Pix foi usado como “correio elegante” no seu início?
6. A importância das intersecções: O futuro não está em evoluções isoladas, mas na convergência entre diferentes temas. Este tema me instigou tanto que ganhou uma reflexão à parte, abaixo, só para ele.
7. “Não descobrir” pode ser tão importante quanto descobrir: Desafiar nossas próprias suposições pode revelar caminhos inexplorados. No passado, muitos bancos foram questionados por não terem agências físicas. Os que resistiram à pressão de expandir pontos físicos são os mesmos que hoje colhem os benefícios de modelos operacionais mais eficientes e digitais.
O setor financeiro não pode mais ser analisado apenas pelas lentes tradicionais de crédito, juros e regulamentação. Ele está se transformando na interseção com tecnologia, comportamento humano e novas estruturas econômicas.
Criptoativos e DeFi (finanças descentralizadas) eram vistos como movimentos alternativos e hoje desafiam o sistema bancário tradicional e criam modelos de governança e liquidez.
Outras inovações também abrem caminhos para um futuro mais digital, como a possibilidade de tokenizar qualquer ativo, utilizar inteligência artificial para análise de risco, atendimento automatizado e personalização de investimentos. As big techs são os novos players.
Prever o futuro do mercado financeiro não é um exercício linear, mas uma busca pelas interseções entre inovação, cultura e economia. Aqueles que souberem observar esses cruzamentos com atenção terão a melhor chance de não apenas prever, mas moldar esse futuro.
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