Como fica o SXSW sem o Austin Convention Center?
Hugh Forrest, Amy Webb, Ian Beacraft e Amy Gallo fazem suposições sobre como será o evento sem seu eixo de encontros
Hugh Forrest, Amy Webb, Ian Beacraft e Amy Gallo fazem suposições sobre como será o evento sem seu eixo de encontros
Thaís Monteiro
13 de março de 2025 - 6h00
A partir de 2026, as trocas e encontros inusitados proporcionados pelo South by Southwest vão sofrer uma mudança drástica. Logo após a edição deste ano, em abril, o Austin Convention Center, espaço que sedia os principais painéis, exposições e premiações, entrará em reforma pelos próximos quatro anos.
Projeção do novo Autin Convention Center (Crédito: Divulgação)
O centro de convenções será demolido para criar um local quase duas vezes maior que o original, mais acessível, flexível, sustentável e mais conectado aos bairros circundantes. O projeto é um investimento de US$ 1,6 bilhões. Os demais hotéis que acolhem o evento ficam em torno do centro de convenções. Já os demais centros de convenções da cidade ficam distantes do local original.
O presidente e chief programming officer do SXSW, Hugh Forrest, não abre os detalhes da preparação, apenas confirma que o evento será muito diferente do usual sem o espaço, mas que sua “ausência” dará à organização mais formas de reinventar a experiência. “A reinvenção massiva é algo que somos muito bons em fazer e porque a reinvenção massiva é o que nossa comunidade ama no SXSW”, diz.
Com informações dos bastidores, o futurista e CEO da Signal and Cipher, Ian Beacraft prevê que a organização vai tentar criar bolsões de programação que estejam próximos uns aos outros, para que a comunidade ainda possa interagir sem ter que se deslocar pela cidade para que assista o tema que deseja. “Muitas pessoas acham que vai ser um caos total. O South by é sempre um caos. Não há como ser diferente”, brinca.
“Vai ser uma oportunidade para o South by, que já é um evento bem sucedido e incrível, pensar sobre seu futuro”, avalia a também futurista e CEO do Future Today Insitute, Amy Webb.
O futuro do SXSW já se desenha em uma espécie de globalização. Em outubro de 2023, a organização sediou sua primeira edição em Sydney, que reuniu 287 mil visitantes de 41 países. Este ano, o evento realiza a primeira edição do SXSW em Londres, em junho. As ramificações levam para diferentes continentes os mesmos temas e formatos do SXSW em Austin, mas enfatiza aspectos únicos das comunidades criativas locais, diz Hugh Forrest.
O executivo confirma a intenção de expandir ainda mais a quantidade de eventos em diferentes locais. E, embora não confirme, não descarta a vinda ao Brasil: “SXSW ama o Brasil e estamos animados sobre as possibilidades a longo prazo de nossa marca em seu incrível País”.
Para a especialista em relações de trabalho, Amy Gallo, e Ian Beacraft, cada uma dessas edições ainda deve encontrar sua identidade e diferencial em relação ao evento em Austin. Os painelistas e frequentadores imaginam um futuro em que o South by Southwest tenha uma edição em cada continente, criando uma comunidade ativa o ano todo, conforme descreve Amy Webb.
“Deve seguir um modelo distribuído, expandindo sua presença global e tornando-se um ecossistema contínuo de inovação, não apenas um evento anual. O risco é perder um pouco da identidade original e se tornar uma grande feira corporativa. Se a curadoria for bem feita, o evento pode manter sua relevância”, acrescenta o professor e conselheiro de tecnologia Edney Souza, que frequenta o evento desde 2011.
“Se quisermos permanecer relevantes, o SXSW terá que continuar a evoluir no futuro de curto e longo prazo. E também temos que permanecer fiéis à Estrela do Norte, que guiou nosso caminho por mais de 35 anos. Essa Estrela do Norte é o poder da criatividade humana”, declara Forrest.
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