SXSW e principais desafios da Inovação
Nossos negócios e marcas são de pessoas para pessoas, um entendimento fundamental profundo para a tal “escuta ativa” de diferentes grupos.
Nossos negócios e marcas são de pessoas para pessoas, um entendimento fundamental profundo para a tal “escuta ativa” de diferentes grupos.
16 de março de 2023 - 17h52
Terminando minha passagem pelo SXSW com a mala cheia de insights e reflexões, seja pela tecnologia, música, cinema ou conexões humanas. Viver o primeiro SXSW presencial foi muito interessante, divertido e transformador – mas, sobretudo, intrigante!
Fui com um grupo de mulheres líderes do Todas Group – plataforma que acelera carreira feminina e prepara próxima geração de líderes. Vi grandes mulheres no palco, mas há oportunidade de ampliar a diversidade na liderança.
Nossos negócios e marcas são de pessoas para pessoas. Um entendimento fundamental profundo para a tal “escuta ativa” de diferentes grupos. Como ouvi em uma das palestras “pessoas que entendem pessoas, ganham”. E como vamos entendê-las se não houver representatividade na liderança e nos principais fóruns de discussão de futuro?
Nas provocações de Amy Webb e de outros futuristas, ficou claro que Inteligência Artificial pode ser uma excelente ferramenta para potencializar a capacidade humana em várias áreas. Contudo, se a inteligência generativa reflete o conhecimento existente – seja fake ou não – ficam alguns riscos a serem mitigados com qualidade de curadoria e diversidade. Sim, diversidade. Pois se o ponto de vista das informações geradas for de um grupo muito homogêneo, o risco é aumentar o viés inconsciente ao invés de amplificar conhecimento e consequentemente capacidade criativa de soluções. Sendo assim, fundamental ter nas discussões de utilização desta e de outras tecnologias pessoas representantes de diversos grupos – que reflitam diferentes pontos de vista da sociedade.
Tivemos muitos momentos interessantes, como a palestra do Josh D’Amaro, chairman da Disney Parks, que deu uma aula de storytelling e conexão. Mas quero destacar a apresentação que vi ser mais aplaudida, até então, do Ryan Gellert, CEO da Patagonia. Ele falou sobre a importância do lucro com responsabilidade e dos negócios serem sustentáveis. Na entrevista, Gellert dissertou vários assuntos importantíssimos, mas que nos fez refletir bastante sobre o mundo que estamos construindo: “grande parte dos contextos de crises que vivemos são aquilo que fizemos como seres humanos e só cabe a nós resolvermos esse grande problema que criamos”. Não é fácil, mas extremamente necessário para nossa evolução. Não à toa que as práticas ESG têm sido pauta de muitas discussões importantes no cenário mundial. A jornalista que conduziu a entrevista, Katie Couric, também deu um show de profissionalismo.
Aproveito esse momento de refletir sobre tudo o que foi falado e faço aqui uma provocação sobre o futuro do trabalho: como iremos nos preparar para esta nova era?
Como vamos capacitar a força de trabalho para utilizar a IA? Saber fazer as perguntas certas será fundamental para utilização da tecnologia.
O festival foi o pontapé inicial e necessário para muitas discussões que estão por vir. O futuro do trabalho e crescimento dos negócios vai depender da realidade que será criada a partir da forma que as novas tecnologias forem utilizadas e como terão refletidas em suas decisões a diversidade da sociedade, e não apenas uma visão restrita. A conexão humana, verdadeira e profunda, será cada vez mais necessária. Tal qual empatia, sempre tão necessária.
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