SXSW e um novo olhar sobre realidade virtual e realidade estendida
Além da arte e entretenimento, é certo que as aplicações comerciais da VR também vão começar a surgir com mais força
Além da arte e entretenimento, é certo que as aplicações comerciais da VR também vão começar a surgir com mais força
25 de março de 2024 - 20h00
Nos corredores do South by Southwest, entre o som das conversas e o brilho dos dispositivos, uma tendência chamou a minha atenção: a ascensão das experiências de realidade virtual (VR) e realidade estendida (XR).
Mesmo pesquisando o tema continuamente e acompanhando sua evolução, durante o evento fiquei positivamente surpresa com uma infinidade de experiências, desde documentários envolventes que transportavam os espectadores para locais remotos até performances musicais interativas que desafiavam as convenções tradicionais de palco. A sensação de visitar a exposição de conteúdos de realidade virtual e estendida, que ocupou dois andares de um dos principais hotéis de Austin, era de realmente estar no futuro. Paradoxalmente, estamos no presente, já convivendo com novas formas de contar histórias, produzir arte e se relacionar.
Estamos testemunhando os criadores de conteúdo literalmente usando e desbravando essa tecnologia. A título de exemplo, uma das obras que experimentei foi da diretora de cinema Celine Daemen, “Songs for a passerby”, uma ópera em realidade virtual. Ao entrar em seu mundo, fui envolvida por uma sinfonia de cores e sons, enquanto explorava paisagens surreais que mudavam com cada batida da música. A imersão mostrou como a realidade virtual tem potencial para redefinir a experiência musical e sensorial, levando os ouvintes a romperem as limitações do espaço físico e interagirem com o conteúdo de uma forma totalmente nova.
Além da arte e entretenimento, é certo que as aplicações comerciais da VR também vão começar a surgir com mais força. Não se trata apenas de construir mundos virtuais, mas de explorar maneiras alternativas dos clientes interagirem com produtos, de entenderem conceitos ou de serem impactados pelas narrativas das marcas. A questão agora não é mais se a VR será adotada, mas sim quando poderá ser adotada em maior escala.
Porém, diante do crescimento eminente dessa tecnologia, surgem questões sobre como ela vai continuar evoluindo. Quais das abordagens de computação imersiva irá prevalecer, Meta Quest 3 ou Apple Vision Pro? Muitos apostam que o dispositivo da Apple pode ganhar o jogo da usabilidade, mas quando poderá ter um preço mais acessível? Quais serão as aplicações mais bem sucedidas?
Outro ponto crucial é o papel da Inteligência Artificial (IA) junto às experiências de VR e XR. Os dispositivos já são capazes de prever as intenções de comportamento do usuário com base em movimentos da cabeça ou até da pupila. Os dados capturados a partir dessas interações podem alimentar modelos preditivos e permitir o desenvolvimento de soluções e produtos cada vez mais personalizados.
Em suma, o SXSW foi um lembrete vívido da capacidade dessas inovações. Enquanto nos preparamos para embarcar em um futuro cada vez mais imersivo e interconectado, é importante mantermos um olhar crítico sobre o caminho que estamos trilhando. Precisamos nos atentar às oportunidades e desafios que surgem, garantindo que a tecnologia seja usada para enriquecer nossas vidas e expandir nossas perspectivas, em vez de limitá-las.
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