Vírus como remédios
As novas fronteiras da terapia genética
As novas fronteiras da terapia genética
10 de março de 2025 - 15h47
“Os vírus são os maiores assassinos da natureza.” Assim começa a sua palestra, a Dra. Nicole Paulk, CEO e fundadora da Siren Biotechnology. Somente a varíola matou 300 milhões de pessoas. A febre espanhola de 1918 matou 100 milhões. E o HIV, que matou 48 milhões, matou mais que todas as guerras juntas (37 milhões). Ironicamente, os EUA gastam todos os anos USD 820 bilhões com a defesa e apenas USD 12 bilhões com tratamentos e prevenções de HIV.
O que torna os vírus tão letais, diz a Dra. Nicole, é a sua capacidade de transmissão. A H1N1 conseguiu infectar um terço da população mundial. A febre aviaria pode matar 1 a cada 2 humanos infectados. Porém é nessa mesma capacidade de transmissão dos vírus que reside também a esperança de que eles possam ser nosso maior aliado na cura de inúmeras doenças.
A cientista explica que os vírus são o mais eficiente sistema de entregas da natureza. E da mesma forma que podem transmitir doenças, podem também carregar outros agentes, capazes de frear e reverter doenças de forma muito eficiente. Para isso, precisam ser trabalhados, os agentes ruins retirados e os novos inseridos, para depois deixa-los fazerem seu trabalho de entregador, levando os agentes ao sistema imunológico, para que esse possa trabalhar no combate às células contaminadas. A palestrante mostra, então, três exemplos práticos onde esta técnica já conseguiu significativo sucesso, um para a cura de um tipo de cegueira, outro para a cura de uma doença fatal nos músculos e outro para uma doença motora de origem cerebral. Os exemplos são todos suportados por vídeos com antes e depois dos pacientes tratados, mostrando a incrível evolução a partir do tratamento.
A Dra. Nicole passa então a listar outras inúmeras doenças que podem ser tratadas com esta técnica, incluindo o câncer, a osteoporose, a anemia e a perda de massa muscular com o avanço da idade. Em todos os casos, o potencial ganho de expectativa e qualidade de vida é enorme. Em sua empresa, o foco inicial tem sido o câncer de cérebro, que costuma matar os pacientes em até um ano do diagnóstico. Ela mostra resultados de testes em animais, que conseguiram uma cura total de 86% dos animais que tinham tumores no cérebro.
Ela termina a sua palestra mostrando a quantidade de projetos sendo desenvolvidos em todo o mundo sobre o uso de vírus como transmissores de agentes para curar doenças. Estes projetos estão em estágios muito diferentes de desenvolvimento, sendo que uma pequena minoria já está no mercado para consumo, mostrando que existe um enorme potencial de impacto sobre a saúde mundial, quando todos estes projetos avançarem para os estágios de saída a mercado. A cientista garante que, todos os que estão na sala, serão ainda, algum dia em suas vidas, medicados com este tipo de droga, deixando claro que não estamos tão longe de vivermos esta nova era da medicina e da ciência no mundo. Que assim seja.
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