Avon, Omo, e o poder de transformação desde a infância
Lutar para que as mulheres e homens se sintam mais seguros de si é tão importante quanto olhar para as próximas gerações e incentivá-las a mudar esse tipo de pensamento
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No Superela, o público médio tem entre 18 e 34 anos. Falamos diariamente com mulheres adultas, cheias de inquietações e dúvidas a respeito de si próprias. Não é difícil perceber que boa parte dessas inseguranças vem sido carregadas por muitos e muitos anos. Estudos como o Dove Global Beauty and Confidence Report, de 2016, mostram que oito em cada dez mulheres e meninas se sentem pressionadas a nunca cometer erros ou apresentar fraquezas. Preocupante, certo?
A autoconfiança é uma construção. Dia após dia, todos melhoramos ou decaímos nossas relações com nós mesmos. Mas o ponto em comum entre todas as pessoas é: isso começa na infância. Assim, desde pequenas as mulheres são muito mais elogiadas pela sua aparência física do que pela sua coragem, por exemplo. São colocadas também para cuidar de suas bonecas bebês, minicozinhas e minilavanderias. E é aí que entra a importância de prestarmos atenção em dados como o de Dove e em campanhas como a da Avon e da Omo: estereótipos de gêneros estabelecidos na infância são extremamente prejudiciais, tanto para meninas quanto para meninos.
Em outro estudo interessante, o Global Early Adolescent Study, uma das conclusões sobre o público infantil é que, desde pequenos, somos levados a interiorizar mitos não muito saudáveis como a ideia de que as garotas são mais vulneráveis e os garotos são mais fortes e independentes. Lutar para que as mulheres e homens se sintam mais seguros de si é tão importante quanto olhar para as próximas gerações e incentivá-las a mudar esse tipo de pensamento.
(Campanha da Omo, convocando pais e mães a fazerem recall de brincadeiras que reforcem clichês sobre gênero.)
Ambas trazendo lados diferentes de um mesmo debate, as marcas Avon e Omo buscaram mostrar o poder existente em ampliar as opções de elogios e brincadeiras infantis. A Avon traz, com o #RepenseOElogio, a ideia de que as palavras têm o poder de determinar o que as mulheres podem se tornar no futuro e que isso vai muito além de “lindas”. Já a Omo convoca um recall de todas as brincadeiras que reforcem estereótipos de gênero, mostrando que o importante mesmo é que as crianças brinquem livremente. As duas arrasaram, hein?!
De qualquer forma, não será um movimento fácil ajudar as crianças de hoje a se tornarem adultos mais autoconfiantes amanhã. As pesquisas e campanhas publicitárias não bastam se a reflexão não for feita no dia a dia, um de cada vez. Mas, que bom que isso está começando. Por mais críticas e desinformações que hajam, os meios de comunicação têm o papel de pensar a sociedade como um todo. E eu, como mãe de primeira viagem de uma menina que nascerá em 2018, agradeço.
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