20 de junho de 2024 - 16h13
As indústrias criativas têm se destacado como verdadeiras alavancas de transformação social, especialmente no que tange à capacitação das mulheres para se tornarem os agentes de todas essas mudanças, mais do que necessárias na sociedade em que vivemos.
Envolvidas em áreas que vão desde a arte e a moda até a tecnologia e o mercado publicitário como um todo, as mulheres têm a oportunidade única de desafiar estereótipos, influenciar políticas e criar produtos e serviços que refletem e respondem às necessidades de outras mulheres. Este movimento não só promove a igualdade de gênero, mas também impulsiona o empoderamento econômico e social.
No contexto brasileiro, a diversidade cultural se apresenta como um diferencial potente. O Brasil, com sua rica mistura de influências indígenas, africanas, europeias e asiáticas, proporciona um ambiente fértil para a inovação e a resolução de problemas globais com perspectivas únicas. As mulheres brasileiras, ao trazerem essas diferentes influências culturais para suas criações e iniciativas, não apenas enriquecem o panorama criativo, mas também promovem uma maior conscientização e diálogo sobre questões de igualdade de gênero e sustentabilidade.
Um exemplo inspirador é a EcoArts, uma ONG liderada por mulheres que transforma resíduos da Amazônia em peças de arte. Essas obras, já expostas globalmente, não só destacam a beleza e a importância da floresta amazônica, mas também levantam questões cruciais sobre sua preservação e a sustentabilidade. Esse tipo de iniciativa mostra como a criatividade pode ser uma ferramenta poderosa para a conscientização e a mudança social.
Para garantir que as vozes e perspectivas das mulheres sejam plenamente integradas nas soluções criativas, é crucial implementar estratégias específicas. Incluir mulheres na tomada de decisões, formando comitês diversificados e realizando consultas comunitárias, é fundamental. Além disso, estabelecer programas de mentoria e oferecer treinamento específico são formas eficazes de capacitar e empoderar mulheres. Entendo que implementar políticas que promovam a diversidade e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal também é essencial para criar um ambiente inclusivo.
Existem outras iniciativas que também considero que são importantes para fomentar a inclusão dentro do mercado publicitário e dentro de outros mercados e segmentos também. Podem ser bons exemplos: criar plataformas de colaboração e organizar hackathons inclusivos podem fomentar a inovação conjunta, enquanto desenvolver métricas de impacto e sistemas de feedback contínuo ajudam a monitorar e avaliar o progresso.
Colaborar com ONGs e instituições acadêmicas para alavancar recursos e expertise, além de realizar campanhas de conscientização e compartilhar histórias de sucesso, também são estratégias fundamentais para integrar plenamente a diversidade cultural e as perspectivas femininas nas soluções criativas.
Como co-fundadora de um ecossistema de inovação focado em soluções de marketing, acredito que para combater a desigualdade de gênero na próxima década, precisamos adotar abordagens inovadoras. Alguns bons exemplos são:
• Desenvolver plataformas de e-learning personalizadas e aplicativos de mentoria para promover o aprendizado contínuo e o desenvolvimento profissional das mulheres;
• Usar inteligência artificial para identificar e combater a discriminação e criar bancos de dados abertos que promovam a transparência e a equidade são algumas das iniciativas que podemos implementar.
• Projetos de arte coletiva e festivais culturais que destaquem a diversidade e a inclusão;
• Ter cada vez mais programas de orçamento participativo de gênero e liderança comunitária e fundos de investimento de impacto e programas de microfinanciamento para apoiar empreendedoras;
• Campanhas de mídia social e documentários que destaquem histórias de sucesso e desafios enfrentados pelas mulheres;
• Investir em tecnologia vestível e plataformas de saúde mental para abordar questões específicas das mulheres são algumas das ideias promissoras;
• Desenvolver jogos educativos e plataformas de treinamento gamificadas para tornar o aprendizado mais acessível e envolvente também são abordagens inovadoras que podem ser adotadas;
• Também é essencial direcionar investimentos para empresas e projetos que promovam a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres;
• Formar parcerias multissetoriais entre governos, ONGs, empresas e comunidades locais é fundamental para criar iniciativas sustentáveis que integrem criatividade e cultura;
• É importante conseguirmos oferecer recursos e suporte para mulheres empreendedoras nas indústrias criativas é crucial para ajudá-las a escalar seus negócios e maximizar seu impacto;
Viabilizar e popularizar programas de capacitação em gestão de negócios e habilidades criativas podem garantir que essas mulheres aproveitem ao máximo as oportunidades econômicas disponíveis.
No Brasil, várias plataformas de tecnologia estão focadas em mulheres e equidade de gênero, oferecendo apoio em diversas áreas, desde educação e carreira até saúde e empreendedorismo. Posso citar iniciativas como o PrograMaria, Reprograma e Aladas que têm contribuído significativamente para a capacitação e inclusão de mulheres no setor de tecnologia, promovendo a equidade de gênero no Brasil.
A visibilidade de mulheres líderes bem-sucedidas serve como inspiração e prova de que é possível superar barreiras e alcançar altos níveis de sucesso. Elas funcionam como modelos de comportamento, encorajando outras mulheres a perseguirem suas ambições e a acreditarem em suas capacidades. Além disso, mulheres líderes visíveis ajudam a quebrar estereótipos de gênero, promovem a diversidade e a inclusão, e demonstram o valor da liderança feminina em diferentes setores.
As indústrias criativas não são apenas um campo de atuação; são um espaço onde as mulheres podem se capacitar, transformar suas realidades e se tornarem verdadeiras agentes de mudança. Com estratégias bem delineadas e o apoio de iniciativas inovadoras, é possível construir um futuro mais equitativo e inclusivo, onde a criatividade e a diversidade cultural são celebradas e utilizadas como ferramentas poderosas para o empoderamento feminino.