As melhores agências para trabalhar em 2025, segundo o GPTW

Taís Farias
17 de fevereiro de 2025 - 6h00

O início do ano, tradicionalmente, carrega mudanças e provocações quando o assunto é trabalho. O clima de revisão de propósitos, no nível pessoal, é somado a eventuais mudanças de diretrizes estratégicas e movimentações organizacionais que podem tanto impulsionar quanto frustrar os colaboradores.

Great Place to Work aponta melhores agências para trabalhar em 2025 (Crédito: Mentalmind/Shutterstock)

É nesse contexto que o Great Place to Work, companhia que avalia e certifica empresas a partir de sua cultura organizacional, apresenta a 12ª edição da premiação Melhores Empresas Para Trabalhar na categoria agência de publicidade. O estudo foi realizado em 2024 e 71 empresas participaram do processo de avaliação que é dividido em duas etapas.

A primeira é quantitativa. Nela, a empresa precisa atingir uma amostra mínima de funcionários e obter uma nota igual ou superior a 70% no Trust Index, ferramenta usada para avaliar a experiência do colaborador. Atingidas as condições da primeira etapa, a companhia tem suas práticas avaliadas, de acordo com os pilares do GPTW. A soma dos dois processos resulta na nota final.

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Para se qualificarem ao ranking, as agências precisavam atender aos critérios de ter, no mínimo, 30 funcionários e um CNPJ registrado no setor. Entre as 71, 20 foram reconhecidas como as melhores, divididas entre pequeno (até 99 colaboradores) e médio (de 100 a 999 colaboradores) porte. Na edição anterior, 62 agências participaram.

O resultado trouxe i-Cherry no topo do ranking entre as agências de médio porte, seguida pelas agências Soma e Minu. Em novembro do ano passado, o WPP anunciou a incorporação da i-Cherry à operação do WPP Media Services, estrutura de soluções de mídia do grupo para o mercado brasileiro.

A proposta é que as companhias começassem a operar de maneira unificada no início deste ano. Já entre as empresas de pequeno porte, quem lidera é a OTZ Ads Marketing Digital, com LD Comunicação Digital e Álamo na segunda e terceira posição, respectivamente.

O estudo também revelou informações sobre as características das melhores agências para trabalhar em 2025. O perfil se manteve jovem. O tempo médio de existência das empresas premiadas de 2024 é de 18 anos. Os colaboradores, por sua vez, estão majoritamente na faixa dos 26 a 34 anos (46%), seguidos por até 25 anos (25%), de 35 a 44 anos (22%), 45 a 54 (5%) e 55 anos ou mais (2%).

Quando o assunto é a distribuição dos colaboradores por tempo de casa, seis em cada dez profissionais têm até dois anos. A faixa de colaboradores com permanência de dois a cinco anos apresentou queda e, hoje, representa menos de 30%.

Presença feminina e turnover

Na distribuição por gênero, as mulheres são 54%, os homens 45% e outros gêneros representam 1% nas 20 empresas com melhor avaliação. Agora, na distribuição por nível de gestão, há uma queda na participação feminina em todos os níveis.

O destaque fica com os cargos de alta liderança em que a presença feminina caiu 11 pontos percentuais na comparação com o ano anterior, indo de 45% para 34%. A queda é ainda maior no cargo de chief executive officer. Em 2023, as CEO’s mulheres nas melhores agências para se trabalhar eram 20%. Hoje, são 5%.

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A taxa de turnover voluntário – ou seja, quando o profissional pede demissão por vontade própria – cresceu de 11% para 19%. Na proporção admissões versus demissões, o número de admissões caiu de 40% para 32%, enquanto as demissões saltaram de 8% para 15%.

Os entrevistados foram questionados sobre os motivos que os fazem permanecer em uma agência. O mais citado, pelo segundo ano consecutivo, foi a oportunidade de desenvolvimento (38%), na sequência aparecem a qualidade de vida (37%) e o alinhamento de valores (13%).

Flexibilidade e qualidade de vida

O estudo também traçou uma relação entre o número de feedbacks recebidos pelos colaboradores e o índice de confiança. Quanto mais feedbacks, maior o Trust Index. Entre as melhores agências para trabalhar em 2025, sete a cada dez funcionários receberam três feedbacks ou mais no ano.

O modelo de trabalho e a flexibilidade também foram temas discutidos no estudo. Entre as 20 agências com melhor avaliação, 80% adotam o modelo híbrido. A prática do home office, por sua vez, saltou de 90% para 95% entre elas. 75% apresentam um modelo flexível e 90% oferecem práticas de saúde mental e bem-estar.

Na contramão, o mercado, de maneira geral, tem se movimentado no sentido de modelos mais rígidos. Em agosto do ano passado, o Meio & Mensagem ouviu 24 entre as 30 maiores agências do Brasil, segundo o ranking de compra de mídia do Cenp-Meios, em 2023, para entender como elas vêm trabalhando e as mudanças realizadas no seu modelo de trabalho ao longo do último ano.

10 das 24 agências brasileiras que responderam ao levantamento afirmaram ter feito algum tipo de alteração no modelo de trabalho ou na quantidade de dias de trabalho presencial no último ano. Em sete dos 10 casos, a mudança no modelo significou aumentar o número de dias de trabalho presencial. Para outras duas, antes, os colaboradores não tinham dias presenciais obrigatórios e podiam moldar a jornada. Agora, ambas, determinaram um número obrigatório de dias presenciais.