Como trabalhar – e impulsionar – o valor da marca pessoal?
Especialistas relatam que profissionais começam a dar mais atenção à construção da imagem quando buscam uma mudança na carreira
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Bárbara Sacchitiello
8 de agosto de 2022 - 6h00
Uma das missões que permeiam o cotidiano dos profissionais da indústria da comunicação, tanto os de agências quanto os de anunciantes, é fazer com que as marcas para as quais trabalham sejam vistas com admiração e desejo pelos consumidores. Fazer com que marcas de empresa sejam mais valorizadas é, portanto, um trabalho recorrente.
Mas, para além da construção feita para as empresas, profissionais de marketing e de comunicação – e também de outras áreas – vêm dando mais atenção à questão da valorização de marca, mas sob outro aspecto. Com as redes sociais, maior possibilidade de networking e novas tecnologias que acabam impulsionando outras carreiras, as pessoas têm dedicado mais atenção e tempo ao trabalho de sua marca pessoal.
Uma maneira de detectar essa maior preocupação dos profissionais à respeito da construção de sua imagem está na ferramenta Social Selling Index, do LinkedIn, que pode ser interpretada como uma maneira de ranquear o sucesso do perfil de cada pessoa. Antes, a média dos profissionais de publicidade e marketing tinha uma média de nota de 26 a 27 pontos nesta ferramenta. Neste ano, a média saltou para 35, o que representa uma atenção maior dos profissionais ao trabalho de construção de sua imagem corporativa, segundo Reginaldo Andrade, publicitário e COO do curso Marca Pessoal, dedicado justamente a orientar executivos a direcionarem suas carreiras para um caminho de maior sucesso.
Trabalhar a marca pessoal ainda é um assunto que parece mais familiar para um perfil mais específico de profissionais. Rodrigo Almeida, relações públicas e mestre em gestão, e que tem se dedicado nos últimos anos a orientar executivos a impulsionar sua marca pessoal, diz que esses profissionais estão em processo de descoberta das possibilidades de trabalho de suas marcas pessoais. Almeida observa que os executivos e executivas que pensam em mudar de carreira ou vivenciam algum contratempo em seus cargos atuais são os que mais demonstram a atenção em trabalhar a marca pessoal.
Esse perfil, entretanto, vem sendo ampliado. Reginaldo, que está lançando a sétima turma do curso Marca Pessoal, ministrado junto a outros profissionais do mercado, aponta que o interesse pelo assunto tem sido vem variado. “Apesar de termos uma relação com o mercado publicitário, o curso tem despertado interesse de outros setores: gastronomia, direito, medicina, mercado financeiro, relações públicas, jornalistas e empreendedores têm participado. Quanto à faixa etária, temos tido uma maior ocorrência entre executivos de 25 a 40 anos”, relata Reginaldo.
Trabalhar a marca pessoal é um processo bem diferente da construção da imagem da marca de uma empresa. O primeiro ponto, segundo Rodrigo Almeida, está na diferenciação. Segundo ele, as empresas geralmente já têm claros seus objetivos, assim como missão e valores, enquanto os profissionais vivem primeiro o processo de reconhecimento sobre suas características, potencialidades e objetivos.
Outra diferença, obviamente, está na estrutura para a construção dessas marcas. Enquanto os perfis de empresas contam com apoio dos investimentos de comunicação, a construção da imagem de um profissional geralmente é feita de orgânica. Reginaldo destaca, no entanto, que, a análise das marcas de empresas e pessoas têm pontos em comum. “Entendemos em nossa pesquisa com executivos que sua marca pessoal é originada a partir de seu posicionamento e de uma definição clara de propósito”, diz.
Para quem sente a necessidade de melhor trabalhar a marca pessoal e, com isso, abrir as possibilidades de impulsionar a carreira, os profissionais destacam que é preciso entender que esse processo de construção demanda um esforço diário e constante. “Estratégia, simplicidade e recorrência são palavras-chave”, diz Reginaldo. Segundo ele, um bom início de trabalho pode ser pelo LinkedIn, avaliando como a pessoa se apresenta. “Um bom exercício é a leitura em voz alta desse conteúdo. Em geral, muitos desses textos são feitos mecanicamente, sem que a pessoa pense numa estratégia e é comum que, na leitura desses textos, o executivo perceba que tais materiais não o representam”, indica. Até mesmo coisas que podem parecer detalhes, como a foto escolhida para os perfis nas redes sociais, podem ter peso importante para o trabalho da marca pessoal que, na visão do especialista, é um dos principais elementos de apresentação e identidade.
Antes de pensar nas redes sociais, entretanto, Rodrigo Almeida frisa que é importante que a pessoa faça uma avaliação de como ela se reconhece em diversos níveis (famílias, profissional e pessoal) e como ela é percebida pelos demais. “De vez em quando temos um choque de alinhamentos e isso faz toda a diferença no desenvolvimento do trabalho”, lembra. O especialista em relações públicas também aponta que as redes sociais são ambientes que podem potencializar as verdades referentes à marca pessoal, mas pontua que são territórios que precisam ser mapeados de acordo com o perfil do profissional para que identifiquem onde ele deve se inserir, com quais grupos interagir, quais conteúdos produzir e a como alavancar conteúdos e informações que as vezes ficam limitadas ao pequeno círculo social.
Pelo fato de as redes sociais acabaram amplificando a imagem das pessoas perante a um grupo social, é preciso, também, ter cuidado para aquilo que está sendo construído nesse ambiente digital, como lembra Reginaldo Andrade, que destaca que muitas pessoas podem acabar, inconscientemente, criando uma identidade na rede social que não corresponde à imagem que gostaria de ter no mercado. “Essa pode ser uma contradição causada pelo descaso no fato de a pessoa não se preocupar com a forma como atua nas redes. Ninguém deve se enganar: este não é um trabalho feito no dia para noite. A construção de uma marca pessoal é uma disciplina diária”, define o publicitário e instrutor do curso.
Reginaldo diz ainda que há uma grande oportunidade de desenvolvimento dos conceitos de valorização de marca pessoal entre os brasileiros, sobretudo quando se leva em conta que aquele escala do Social Selling Index, do LinkedIn, mencionada por ele – cuja média dos profissionais de publicidade e marketing do Brasil está em 35 pontos – vai até 100. “Em grande parte, a ideia de gestão de marca pessoa ainda é pouco conhecida. As pessoas entender a essência, mas não conseguem transformar essas informações em prática”, reconhece.
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