5 macrotendências para 2024, segundo a Accenture Song
Desconstrução de antigos valores e saturação de tecnologia estão entre os pontos de atenção para as marcas daqui em diante, aponta estudo Life Trends
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Meio & Mensagem
17 de outubro de 2023 - 10h00
Metade das pessoas, globalmente, está modificando seus objetivos de vida, priorizando estabilidade no trabalho e aposentadoria. A outra metade está faz planos para daqui a alguns meses – ou não faz plano algum.
A constatação é do Life Trends Report, estudo da anual da Accenture Song que identifica macrotendências para nortear as estratégias de negócio das marcas.
Conforme o relatório, as mudanças de meta na vida das pessoas, impulsionadas em parte pelo avanço tecnológico, criam um nível de incerteza e fragilidade para os negócios.
“Estamos entrando em uma década de desconstrução a partir das mudanças de valor dos consumidores, crescimento explosivo de IA e transformações que ocorrem a uma velocidade sem precedentes”, diz Mark Curtis, líder global de sustentabilidade da Accenture Song.
Com o intuito de ajudar marcas a desenhar suas estratégias para se manterem relevantes junto ao público neste cenário, a companhia ouviu, durante o mês de agosto, mais de 15 mil pessoas de 21 países, incluindo Brasil, Estados Unidos e Reuno Unido.
Veja as cinco macrotendências apontadas pela Accenture Song:
1) Consumer first?
O que empresas estão colocando em primeiro lugar: consumidores ou lucro? Depois de realizarem cortes necessários em suas organizações, a obsessão pelo consumidor desceu algumas posições na lista de prioridades – e os consumidores estão reparando nisso. Como as marcas responderão a isso em 2024 será determinante para o futuro delas.
O estudo aponta que marcas de tecnologia estão perdendo a confiança do consumidor:
– 14% das pessoas ouvidas pelo estudo sentem que suas marcas de tecnologia favoritas colocam o interesse do público em primeiro lugar;
– 37% acreditam que empresas estão priorizando lucros em vez de customer experience;
– quase metade dos consumidores se sentem menos valorizados quando enfrentam dificuldades para acessar serviços de atendimento ao consumidor;
– 31% acham difícil obter ajuda do serviço ao consumidor e sentem que seus problemas são desconsiderados.
2) Mudança de interface
A inteligência artificial (IA) generativa está fazendo com que a internet se torne mais inteligente do que meramente informativa, e com que a experiência ao acessá-la seja mais pessoal do que transacional. Com isso, os consumidores serão mais compreendidos, enquanto as marcas utilizarão essa compreensão para lapidar produtos, serviços e experiências.
– 77% das pessoas já conhecem ferramentas de IA generativa;
– Apesar de otimistas em relação a otimização oferecida por essas ferramentas, 48% delas se preocupam em como seus dados serão usados;
– 7% dos consumidores utilizam o ChatGPT ou ferramenta similar como seu principal método para planejar férias
3) O desafio da mediocriadade
Criatividade sempre foi sobre inspirar e emocionar por meio da imaginação e da conexão humana. Com algoritimos e tecnologias se colocando entre criador e audiência, a criatividade hoje é sobre jogar o jogo ou arriscar passar despercebido, o que influencia o produto final, às vezes para pior. Esse desafio não vai se resolver sozinho e pode até piorar à medida que a IA generativa se tornar um player mais representativo nos processos criativos. Empresas espertas enxergarão a oportunidade: em um mar de coisas parecidas, a originalidade se destacará, assim como o investimento em talentos criativos.
Neste contexto, o entretenimento e o branded content parecem ter perdido boa parte de sua força, afirma o estudo. Para 35% dos participantes, o design dos apps das marcas são indistinguíveis entre si. E essa percepção sobe para 40% entre o público com idade entre 18 e 24 anos.
4) No limite
Consumidores estão saturados com as novas tecnologias e sentem que é algo que não está a serviço delas. O que acontece quando os consumidores deletarem tudo? Como as marcas vão responder? Empresas precisam ser cautelosas em relação a como vão usar tecnologia para se encaixar na vida das pessoas.
– 47% das pessoas estão dizendo, globalmente, que a tecnologia está se movimentando rápido demais (19% discordam);
– 37% consideram importante aplicar pensamento crítico sobre como as pessoas usam tecnologia;
– 27% dizem que a tecnologia complicou a vida delas tanto quanto simplificou;
– 22% se sentem dependentes de novas tecnologias, mas somente 7% se sentem confiantes ao utilizá-las.
5) Década da desconstrução
As pessoas estão desafiando ideias que por muito tempo moldaram as próprias vidas. O início de uma nova década de desconstrução terá impacto direto sobre produtos e serviços – e empresas que se adaptarem continuarão relevantes para o consumidor.
– nos últimos três anos, houve queda nos valores atribuídos ao casamento (30% para 21%), graduação na universidade (30% para 24%) e se mudar da casa dos pais (23% a 17%);
– 47% dizem que é mais difícil comprar uma casa do que há dez anos.
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