E-commerce e inclusão: os negócios da DLK Modas
Fundadora e CEO da marca, Arianny Viana fala sobre a abertura de lojas físicas e a estratégia de parcerias com personalidades
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Bárbara Sacchitiello
15 de dezembro de 2021 - 12h04
Em 2012, Arianny Viana, moradora da cidade de Friburgo, no Estado do Rio de Janeiro, decidiu aproveitar o potencial do município, pólo de fabricação de lingeries, para investir em um empreendimento digital. Ao lado do sócio Leonardo Monteiro, Arianny criou a DeLuka, uma loja virtual de moda íntima que comercializava as peças dentro do Mercado Livre. Com o passar do tempo, e com a demanda por compras online aumentando, a empresária foi expandindo o leque de produtos e, em 2014, a empreitada ganhou uma nova marca: DLK Modas, com foco em peças do universo fitness.
Hoje, a plataforma comercializa itens de moda masculina e feminina, além de calçados, acessórios, lingeries, moda-praia e moda fitness. A expansão do negócio, sempre calcada no ambiente virtual ganhou impulso na pandemia. Segundo Arianny, em 2021, as vendas foram 23% superiores às de 2020.
Com esse cenário, a empresa se prepara para sair do ambiente virtual e lançar uma operação física em 2022. A empresária diz que o contexto pós-pandêmico traz como tendência a vontade das pessoas de retomarem o consumo em lojas físicas e que, por isso, a DLK Modas achou que era uma oportunidade de propiciar uma experiência aos clientes, ainda que atrelada à continuidade da comercialização digital.
Ao longo de sua trajetória, a empresa usou como estratégia um marketing apoiado em influenciadores, que procuravam refletir uma imagem diversificada da audiência. Nomes como Deborah Secco, Cleo, Fabiana Karla, Lucy Ramos, Giovanna Lancellotti e outras personalidades já estrelaram campanhas digitais da marca.
Nesta entrevista, Arianny fala sobre os planos de levar à marca ao varejo físico, a expansão para novas categorias e conta sobre as estratégias de marketing da empresa.
Meio & Mensagem: A DLK Modas surgiu no mercado com foco na categoria fitness. Por que você sentiu a necessidade de ampliar as categorias e produtos vendidos na plataforma?
Arianny Viana: Aos poucos, nós fomos entendendo que as necessidades e os desejos do nosso consumidor iam mudando. Com isso, começamos a estudar o seu comportamento e a entender que ele possuía sede por novidades. Nós adoramos criar, inovar e nos reinventar, então foi o match perfeito. Nosso primeiro passo foi a inserção da linha de beachwear no verão de 2019, e os passos seguintes foram datados pela pandemia, que chegou de surpresa e sem nenhum planejamento. A linha de lingerie, por exemplo, foi uma ideia que eu tive ao ver, de perto, o desespero dos empresários aqui da região com a queda de vendas e o cancelamento de grandes pedidos feitos por magazines. Nós tínhamos capital e compramos essas remessas com preços acessíveis para ajudar a movimentar a economia da região, lançando a Intimate, nossa linha de moda íntima e sleepwear. A partir do sucesso do lançamento da Intimate, que praticamente zerou o estoque no dia seguinte, apostamos nos sapatos e na linha masculina.
M&M: Atualmente a DLK Modas comercializa produtos em várias categorias, incluindo moda masculina e calçados. Em que outras vertentes a marca pretende entrar nos próximos meses?
Arianny: Nos próximos meses, nosso maior desejo é começar a estudar o mercado infantil e as infinitas possibilidades que ele oferece. Porém, ainda não temos previsão para que isso saia do papel. No momento, nosso foco para novos lançamentos são todos voltados para as linhas que já existem.
M&M: A marca abrirá sua primeira loja física em 2022. O que motivou essa decisão e que tipo de experiência os consumidores terão nesses ambientes?
Arianny: Durante a pandemia, nós tivemos que respeitar o isolamento social e passar muito mais tempo em casa. Com isso, a venda online aumentou significativamente – o que foi ótimo para o crescimento da DLK. Porém, neste cenário pós pandêmico que estamos construindo, a tendência é que o consumidor queira comprar presencialmente em lojas físicas. E é exatamente essa experiência que pretendemos com a nossa nova loja: agregar valor ao nosso produto e fazer com que o cliente entenda toda a qualidade envolvida no nosso processo de produção. Além de poder, em um futuro próximo, torná-lo consumidor do nosso e-commerce. Afinal, ele já conhecerá o produto de perto. Nosso plano é usar a primeira loja física como um protótipo para alinhar processos e experiências e depois traçar um plano estratégico para abrir filiais. Então não, ainda não temos nenhuma projeção de quantidade ou locais de lojas.
M&M: A empresa já contou com diversas personalidades em suas campanhas e ações publicitárias. Quais são as diretrizes de marketing da DLK Modas: que imagem ela pretende construir perante os consumidores e de que forma essas influenciadoras auxiliam essa estratégia?
Arianny: Nós acreditamos muito no nosso produto, mas sem uma estratégia de marketing certeira, não conseguiríamos passar isso para o consumidor. Por isso, apostamos muito nos influenciadores digitais e sempre buscamos personalidades que passem verdade na divulgação dos nossos produtos. Assim, fica muito mais fácil para o público se identificar e acreditar no potencial da marca. Lembro que a primeira celebridade com que trabalhamos, no início da marca em 2014, foi a Aline Mineiro – que é nossa parceira até hoje. Na época, eu fiquei tão feliz em tê-la estrelando a nossa sessão de fotos que chorei de emoção. Foi incrível, e ainda é, ver a marca se relacionando com nomes tão relevantes.
M&M: A indústria da moda – e também a de publicidade – tem discutido de forma mais intensa sobre a necessidade de termos produtos mais diversos e, também, mais representatividade nas campanhas e ações de comunicação. Como você vê esses assuntos e quais são as ações da DLK Modas nesse aspecto?
Arianny: A representatividade é um assunto muito importante, principalmente nos dias de hoje, em que temos a internet para intensificar as nossas vozes – tanto para o bem quanto para o mal. Falar e debater sobre a equidade e incluir todo tipo de pessoa nos discursos e ações é necessário. E nós, como marca, sempre buscamos incluir e normalizar. Recentemente, divulgamos a coleção Nation através da #NaçãoDLK, com o retrato de pessoas reais, com corpos reais, diferentes faixa etárias e orientações sexuais. Sabemos que esse é apenas um pequeno passo, mas estamos sempre buscando novas alternativas de abraçar a todos por aqui.
M&M: Existe a percepção, de modo geral, de que a pandemia acelerou o comportamento digital das pessoas. Você notou essa aceleração nos negócios da DLK? É possível dar um panorama do faturamento da empresa em 2021, na comparação com o ano passado?
Arianny: Sim, isso é um fato. Foi exatamente o que aconteceu com a aquisição das lingeries das fábricas que tiveram seus pedidos cancelados quando lançamos a Intimate. Nós tivemos um sucesso absoluto nas vendas. Nós sentimos que as pessoas estão mais habituadas ao mundo digital. Nossas vendas cresceram 23% em comparação com o ano passado, mas isso também foi graças a mudanças estratégicas no marketing, coleções assertivas, reposições mais rápidas e muitos outros fatores.
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