Mari Maria: o empreendedorismo pela beleza positiva
Em entrevista ao Meio & Mensagem, a influenciadora comenta o lançamento de sua linha de maquiagem mais recente, Ginger Glow; influência nas redes sociais e trajetória nos negócios
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Giovana Oréfice
31 de janeiro de 2023 - 6h01
Ao lado de uma comunidade de mais de 20 milhões de pessoas nas redes sociais, Mari Maria celebra mais um passo em uma trajetória de sucesso. A influenciadora e empresária acaba de lançar a coleção de maquiagem “Ginger Glow” para celebrar a diversidade da beleza. Com o lançamento, essa é uma das primeiras marcas brasileiras a exibir uma coleção em um end cap nas lojas físicas da Sephora Brasil.
Sua carreira como empreendedora teve início em 2017, com a apresentação da Mari Maria MakeUp, que contribuiu para que ela se consagrasse como a única brasileira a aparecer no ranking da plataforma britânica Cosmetify. A lista reúne os influencers mais bem pagos do ramo em 2022. Mais do que uma vitrine humana para produtos, Mari Maria é uma das mentes por trás da formulação não só de seus produtos, mas de cosméticos de outras marcas para a qual presta consultoria.
Ao Meio & Mensagem, a empresária explica o conceito por trás de seu trabalho com maquiagem, opina sobre o nicho de beleza e sobre sua responsabilidade nas plataformas digitais enquanto influencer e empreendedora. Confira:
Meio & Mensagem – Você lançou a Mari Maria Make Up em 2017. Qual era seu objetivo na época?
Mari Maria – Na época eu já trabalhava com algumas marcas de make e beauty. Eu testava muitos produtos para elas e alguns eu queria melhorar, ter uma embalagem diferente e isso começou com um pincel. Foi o nosso primeiro lançamento, pois eu queria um pincel específico para contorno. A mesma coisa aconteceu com o nosso pincel triangular. Eu senti mais necessidades, e muitas vezes eu pedia e não era acolhida. Então, pensei em fazer um produto que eu me identifico e que eu possa indicar plenamente para minhas seguidoras.
M&M – Para o lançamento mais recente, você aposta no laranja e também na ‘’skin positivity”. Qual a importância desse tópico para as gerações atuais?
Mari – Estamos sentindo que cada vez mais as pessoas estão vendo a diversidade como uma coisa positiva. Demoramos tanto tempo para conseguir nos enxergar como mulher na sociedade e passamos por muitas pressões. Estamos em uma geração em que a gente consegue admirar o outro e ver o que é belo sem querer ser igual. Eu já sentia esse movimento, começando em 2020 mais ou menos — quando começou a pandemia, eu já senti um pouquinho mais, pois as pessoas começaram a ficar em casa e começaram a se ver mais no espelho, a entender um pouco mais o próprio corpo e sair da correria. Quando pensei na Ginger, eu lembrei toda a minha trajetória para começar a entender que minhas sardas eram bonitas e que eu só podia realçá-las. E eu queria passar isso pras minhas seguidoras. Uma coisa que eu gosto muito, e que elas me mandam bastante é: “Nossa, Mari, depois que eu vi você se maquiando e cheia de sardas e as aceitando, hoje em dia eu não me importo tanto com meu melasma ou com minha manchinha”. É uma forma de elas se sentirem empoderadas e foi essa a intenção da campanha: uma menina super sardenta que começou se maquiando muito, e essa menina começou a usar make com as sardas aparecendo. Isso abre a cabeça e mostra para as outras pessoas que elas também podem usar maquiagem do jeito que elas gostam.
M&M – Enquanto influenciadora, como você enxerga a responsabilidade de passar mensagens positivas nas redes sociais?
Mari – Eu me preocupo muito com isso. Sempre evitei mascarar algumas coisas para minhas seguidoras, eu sempre fui transparente. Eu fiz “lipo” recentemente, quando meu filho tinha sete, mais ou menos, e eu fui muito sincera e muito transparente. Então, eu sempre quero trazer isso pra elas. É liberdade. Não quero cobrança e também não quero trazer essa questão de distorção de imagem.
M&M – Como é seu envolvimento com a parte de marketing e comunicação da sua empresa?
Mari – Participamos juntos porque cada um é muito forte em uma área. Eu entro muito na questão do desenvolvimento do produto, de testar formulação, e na parte do marketing também. Essas três frentes são as que eu tenho mais propriedade para falar. Mas eu sempre tenho ajuda. Por exemplo, quando eu vou desenvolver um produto ou quando penso numa campanha, eu e minha equipe traçamos como a campanha vai acontecer e eu falo dos produtos que tem a ver com essa ação. […] Depois, trazemos a fórmula, eu incremento no meu dia a dia e utilizo por mais de um mês, por exemplo. Tem bases que eu uso por mais de um ano, para ver como que está performando e para ver teste de estabilidade, questão também de alergia… Eu acabo sendo a primeira pessoa a testar. Por último, tem o marketing. Eu gosto muito de mostrar o marketing real: mostrar no dia a dia, utilizando o produto, sem fazer algo de muito buzz ou coisas que já existem no mercado.
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M&M – Tendo contato com o mercado de beleza no Brasil e no exterior, quais são as principais diferenças que observa?
Mari – Tivemos o boom da make em 2019, com várias marcas que conseguiram trazer influenciadores para divulgar aqui e fazer collabs. Lá fora, estamos em um momento em que as pessoas estão usando a maquiagem mais para a questão de realçar, não algo de extrema necessidade, mas como um auxílio. Estamos sentindo esse movimento, mas vemos também outros produtos que estão muito em alta, como produtos cremosos. […] Não digo que eles não estão na frente, porque o brasileiro é bem forte nessa questão, mas existem muitas tendências que são similares. Sempre pego ideias e formas diferentes de aplicar maquiagem.
M&M – Hoje muitas influenciadoras de beleza investem em marcas próprias ou o licenciamento de produtos junto a marcas do ramo. Isso satura o nicho?
Mari – Eu acho que não. Acredito que isso fortalece o nicho e mostra que tem espaço para todo mundo. A competição é boa, porque se tem uma pessoa que está tentando algo diferente, você vai se esforçar um pouco mais.
M&M – E como ter seu nome atrelado fortalece a marca?
Mari – Fortalece bastante, mas ao mesmo tempo eu sinto a responsabilidade de trazer um produto de qualidade, que agrega — principalmente quando temos responsabilidade perante um cliente, quem consome, nos preocupamos muito com informação que vamos trazer, como vamos nos portar na campanha. É muito bom e muito positivo, mas temos a responsabilidade de estar sempre explicando para as pessoas não só a forma de uso, mas também como a formulação foi construída.
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