Quatro tendências para pensar o mundo em 2025
Estudo da Peclers Paris apresentado no Hack Town mostra a força da preocupação com bem-estar e o crescimento dos nativos digitais ecológicos
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Luiz Gustavo Pacete
8 de setembro de 2019 - 10h56
A cada festival de inovação, seja SXSW, Hack Town ou outros, ganham cada vez mais força a desconexão, a preocupação com o corpo e a retomada da alimentação natural seguida das reflexões sobre o ambiente. E o que todos esses temas têm em relação com as marcas? Iza Dezon, pesquisadora de tendências de comportamento e representante no Brasil da consultoria Peclers Paris, reforça que, em um primeiro momento, o sentimento com marcas, empresas e instituições é de desconfiança. No entanto, o que parece um problema no curto prazo, pode ser uma oportunidade no longo prazo.
“Observamos uma tendência da retomada de controle das pessoas em relação a alimentação, saúde e corpo e isso ocorre porque as empresas, instituições e marcas deixaram de representar a confiança que poderiam para as pessoas no passado. Existe a oportunidade de retomar essa relação, no entanto, isso só será possível se as marcas entenderem que o propósito não pode ser individual, da empresa, ou do negócio, ela deve se conectar ao propósito coletivo”, ressalta. Durante o Hack Town 2019, Iza apresentou um estudo da Peclers Paris com quatro macro-tendências para 2025, pensadas junto a filósofos, sociólogos, artistas e outros profissionais. Ela ressalta que todas elas se conectam e trazem um alerta importante para a sociedade.
Viver melhor
“As discussões sobre wellness têm crescido e aumentou a compreensão de que somente o individuo é responsável pelo seu próprio equilíbrio mental. Se por muitos anos as pessoas delegaram esse cuidado para empresas, marcas, ou terceiros, é hora de retomar o controle. Isso leva a uma jornada de autoconhecimento que começa a mudar a consciência e a relação das pessoas com elas mesmas. Isso ganha ainda mais relevância quando se considerar que, até 2050, 25% da população mundial estará acima dos 60 anos, o que aumenta a necessidade dos cuidados com a saúde.”
Corpo consciente
“O ritmo frenético e a tecnologia em escala vêm fazendo com que as pessoas se esqueçam do corpo e foquem apenas em suas telas e mentes. O processo de reencontro com o bem-estar também traz a consciência sobre o corpo e o que ele representa. Isso tem um impacto direto na forma como marcas vão pensar seus produtos. Sobretudo, porque aumenta a necessidade do desenvolvimento de produtos e serviços que foquem no envelhecimento com saúde, a performance bioativa, os produtos de cuidados femininos e o bem-estar multifatorial.”
Propósito coletivo
“A necessidade de se encontrar um propósito é uma realidade para pessoas e empresas. No entanto, segundo Iza, já não faz sentido que o foco continue no propósito individual, se ele não estiver conectado com o coletivo, os problemas da humanidade, que são complexos, não serão resolvidos. Isso faz com que aumentem as iniciativas de repensar os espaços urbanos, coletivos e as dinâmicas makers e de colaboração que ajudem a desenvolver novas dinâmicas sociais.”
Nativos digitais ecológicos
“Os nativos digitais, principalmente aqueles com menos de 30 anos, cresceram bombardeados, nas redes sociais, com informações voltadas a preocupação com o ambiente. O que como consequência positiva criou os nativos ecológicos digitais que ajudam a repensar o consumismo, o impacto do lixo e o consumo consciente. Esse grupo reforça o conceito de hiperecologia em que a conexão com o ambiente, ainda que nas grandes cidades, volte a fazer mais sentido. Um dos exemplos recentes desse fenômeno é a estudante sueca de 16 anos Greta Thumberg.”
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