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Digital first: como os canais estão construindo um futebol cross mídia

Com a transmissão esportiva fragmentada, televisão deixa de ser o único meio para os torcedores acompanharem seus clubes


4 de fevereiro de 2025 - 6h20

Desimpedidos é a aposta da Record para um futebol digital (Crédito: Divulgação / Desimpedidos)

Desimpedidos é a aposta da Record para um futebol digital (Crédito: Divulgação / Desimpedidos)

A fragmentação das transmissões esportivas, alvo de debates entre torcedores, canais e clubes, abriu uma gama de oportunidades para os players. A partir de 2025, o principal campeonato nacional estará dividido entre quatro canais.

A Globo adquiriu os direitos exclusivos da transmissão dos jogos dos clubes da Liga Brasileira de Futebol (Libra) e parte dos direitos da Liga Forte União (LFU). Além da empresa de mídia, a Record, na TV aberta, será um dos meios para os clubes da segunda liga, assim como o YouTube, com a CazéTV, e o Prime Video.

Essa divisão abre novas oportunidades para os transmissores, além de se conectar com um público nativo digital. A chegada da CazéTV, em 2022 para a transmissão da Copa do Mundo do Catar, por exemplo, se tornou uma alternativa digital para a exibição de diversas competições.

Além dos dois mundiais (masculino e feminino) o canal de Casimiro Miguel exibiu em sua grade competições como Jogos Pan-Americanos, Jogos Olímpicos, Copa do Mundo de Esqui Alpino, Copa do Mundo e futsal e o hexacampeonato brasileiro na Copa do Mundo de futebol de areia, além de diversas competições envolvendo o futebol.

Com isso, o canal aposta em uma linguagem digital – característica também da origem da fama de Cazé, que é o rosto da plataforma – se conectando com um público entre 18 a 44 anos. Segundo Sergio Lopes, co-fundador da LiveMode, isso confere ao campeonato múltiplas linguagens, atingindo diferentes públicos e ampliando o alcance do esporte.

“A CazéTV se conecta profundamente com o público jovem que é ‘digital first’ e altamente desejado pelas marcas. Para atrair esse público, criamos projetos inovadores que integram nossas transmissões ao vivo, nossas redes sociais – que são as mais engajadas do Brasil nos grandes eventos – e a forte presença de influenciadores. Isso nos permite oferecer um conteúdo dinâmico e engajante para uma audiência diversificada”, avalia.

Na outra ponta da transmissão, a Record visa aproveitar a capilaridade da TV aberta, mas traz, também, um diferencial no digital. Até ano passado, as transmissões do Campeonato Paulista também eram realizadas de maneira digital com uma equipe exclusiva, que contava com nomes como Silvio Luiz, que morreu no fim de 2024, e Bola.

Para este ano, as exibições no PlayPlus e Portal R7 serão comandadas pela equipe do Desimpedidos. O canal que pertence à NWB também já realizou transmissões em suas redes proprietárias em uma parceria com a FPF para o Paulistão feminino, dentre outras competições.

“Principalmente para TV aberta hoje, eu vejo o esporte como uma saída e o futebol como destaque até pela tendência cultural do brasileiro. Daqui para frente o nível de exigência dos anunciantes tem que ser tudo Premium, contratamos um bom time, fizemos essa parceria {com o Desimpedidos}, que acontece desde o início do campeonato”, explica Alarico Naves, da Record.

Entre a TV e a Internet

Para a NWB, esse movimento não é novidade. Em 2016, o Desimpedidos estrelou um programa na Fox Sports apresentado por Fred e Bolívia, na época âncoras do canal. A parceria visava trazer a linguagem da internet para a televisão. Por isso, Antonio Abibe, CEO da NWB, explica que esse movimento não é novidade, mas ganha tração com a fragmentação do esporte.

“O movimento de cross entre a TV e a internet já é longo, porque o Brasil sempre ousou e foi pioneiro desde que a internet se massificou, desde o Orkut e as primeiras plataformas. Essa dinâmica está mais conectada à linguagem do conteúdo do que só a plataforma escolhida. Porque as pessoas diferenciam menos as janelas de transmissão do que as próprias plataformas se diferenciam” diz.

O executivo complementa explicando que esse alcance das plataformas digitais privilegia o espectador. “Com a adoção maior por parte das pessoas, quem ganha é o usuário final, que tem mais opções de desfrutar de um mesmo conteúdo e pode encontrar o formato e linguagem que agrada mais o perfil dele”.

A Globo também já havia apostado em formatos que agregam ao digital, mas no caso da emissora em sua plataforma de streaming. Em 2022, durante a Copa do Mundo, Tiago Leifert era o rosto de uma transmissão alternativa no Globoplay.

Segundo Fort, essa variedade de produto é bastante positiva para o jornalismo e para as marcas. “Uma das coisas positivas é ter mais investimento, para o mercado de jornalismo esportivo com a contratação de equipes. Já para o mercado publicitário tem mais opções para investir no esporte, mesmo que a marca não tenha aporte financeiro para escolher o pacote mais caro, ela tem outras opções, com menos jogos e menos canais por exemplo”.

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