Os novos realities que a Endemol Shine pretende trazer ao Brasil
The Summit, Fortune Hotel e Deal or No Deal Island estão sendo negociados com players para estrear em solo brasileiro
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Valeria Contado
12 de dezembro de 2024 - 6h01
Em agosto de 2006, Silvio Santos apresentava pela primeira vez na TV aberta o programa Topa ou Não Topa. O formato foi criado pela Endemol Shine com o nome Deal or No Deal e no Brasil virou até jogo para crianças brincarem online ou com tabuleiros.
Sob o comando de Silvio, o reality ficou no ar até 2007, voltou em 2010 por mais um ano com Roberto Justus, no SBT, e, por fim, retornou às telas em 2019 para uma temporada comandada por Patricia Abravanel.
Esse é apenas um dos exemplos de realities que chegaram ao Brasil e conquistaram o público. A produtora foi também a responsável por trazer outros formatos que estão nas emissoras como The Masked Singer e Big Brother Brasil, na Globo, e MasterChef na Band.
Agora, a Endemol tem planos de trazer novos formatos para a televisão nacional e já tem negociações com players para a exibição desses programas. Um deles é o Deal or No Deal Island, originário da França, que traz um reboot do clássico Topa ou Não Topa, mas em uma floresta e com outros desafios.
Os outros dois são formatos inéditos, mas têm em comum a disputa por um prêmio em dinheiro.
Os escolhidos foram Fortune Hotel, do Reino Unido, um reality de convivência que se passa em um hotel paradisíaco onde as pessoas que estão confinadas disputam malas que podem ter uma chave de saída (eliminação), apenas papel, ou um prêmio em dinheiro.
Já o The Summit, criado na Austrália, que tem como objetivo fazer com que os participantes cheguem ao cume de uma montanha. Nesse caso, cada um deles carregará uma parte do prêmio e eles devem chegar juntos e depois decidir o que será feito com o dinheiro.
Todos esses formatos trazem uma característica em comum, segundo Renato Martínez, vice-presidente de conteúdo e criação e vice-presidente de content sales e aquisições, da Endemol Shine Brasil: reviravoltas na história.
“O público brasileiro é acostumado com novela e esses realities têm muito potencial de arco dramático de novela. Entendemos as tendencias e, dentre todos elas, percebemos que esses três são os que têm mais aderência ao público brasileiro: têm confinamento, prêmio e plot twist”, diz.
Uma das características do público brasileiro, segundo o executivo, é criar conexão com os participantes em um reality. Exemplo disso, foi a trajetória de Juliette, vencedora do BBB 21. Na ocasião, o apresentador do programa Tiago Leifert, afirmou que a advogada e maquiadora havia sido um fenômeno dentro da casa.
Mais do que saber jogar e se posicionar dentro do jogo, Juliette conquistou uma conexão com o público fazendo com que ela se consagrasse campeã com 90,15% dos votos.
Do outro lado, Karol Conká saiu da mesma edição como vilã. Seu estilo de jogo não agradou a audiência, fazendo com que ela fosse eliminada com 99,17% dos votos. Depois disso, a cantora protagonizou o documentário A Vida Após o Tombo, produzido pela Globo, onde contou como foi sua trajetória após o alto índice de rejeição.
Essas reviravoltas e personagens fizeram com que a final da edição chegasse a uma média de 34 pontos de audiência, segundo o Painel Nacional de Televisão, da Kantar Ibope Media. “O público gosta de construir heróis e vilões. Exploramos isso de maneira diferente, de forma mais intensa. Cada pessoa tem a sua história e o brasileiro se apaixona pela história deles”, afirma Martínez.
A adaptação dos formatos também é parte importante da estratégia da Endemol para o desenvolvimento de realities no Brasil. A produtora procura adaptar os produtos em uma embalagem que é agradável e característica dos brasileiros.
Para isso, os profissionais que atuam em cada edição visam trazer temas relevantes para aquele momento, contextualizando o que está sendo trazido para as telas.
Em 2025, por exemplo, o The Masked Singer ganhará, no Brasil, a sua primeira versão temática. O programa homenageará os 100 anos do Grupo Globo – 60 da TV Globo – através da dramaturgia, trazendo ícones das novelas da empresa de mídia.
Para o VP, essa adaptação é importante para gerar conexão, mas deve ser feita sem descaracterizar o programa. “Adaptamos o máximo que podemos para fazer sentido para o nosso público. Temos profissionais que são muito experientes, estamos há algum tempo, tentando decifrar a audiência”, afirma.
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