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Por que o Google firmou parceria com uma startup brasileira de IA?

Ao lado da Trakto, a big tech apresenta solução de IA para que grandes anunciantes escalem a criação de peças para campanhas veiculadas em plataformas Google


4 de abril de 2024 - 15h42

A complexidade da escalabilidade de peças para a veiculação de campanhas nos inúmeros canais digitais existentes é um dos desafios de anunciantes em todo o Brasil. Dados do Google apontam que 98% das grandes marcas não fazem uso de múltiplos formatos para suas ações.

trakto.studio

Trakto.Studio será disponibilizado a anunciantes clientes do Google (Crédito: Reprodução)

Com a ascensão da inteligência artificial, o Google tem apresentado soluções para auxiliar marcas a trabalharem o marketing com mais eficiência, agilidade e de maneira mais barata. Entre eles, o mais recente foi a PerformanceMax, apresentado em 2021. Segundo a empresa, quase 50% do impacto financeiro do marketing vem da criação.

Nesta quinta-feira, 4, a big tech oficializou o lançamento da Trakto.Studio, em parceria com a startup alagoana Trakto. A ferramenta é baseada na Vertex AI, solução de IA generativa do Google Cloud, e se apresenta como a primeira plataforma brand-first multiformatos. A solução permite a criação de uma ampla variedade de peças de forma automática a partir da identificação de um guideline com atributos e elementos de marca.

“Para os times de marketing, é uma liberdade que envolve uma série de profissionais”, apontou Paulo Tenório, fundador e CEO da Trakto, durante coletiva de imprensa. De acordo com ele, a ferramenta chega para resolver uma dor comum dos anunciantes: a da escalabilidade. Assim, é possível dar vazão à uma facilitação operacional e migrar para o trabalho de impacto estratégico, criativo e menos mecânico e repetitivo.

A história da Trakto com o Google não é recente. Fundada em 2015, participou no ano seguinte da aceleração Google for Startups. Já em 2021, a empresa ingressou no Black Founders Fund da big tech. O piloto do Trakto.Studio foi materializado em 2022 e, desde o ano passado, esteve disponível em modelo beta para alguns clientes, entre agências e anunciantes no Brasil.

Algumas das marcas que já fazem uso da solução estão a Amazon, Electrolux e MadeiraMadeira. A ferramenta também já opera em toda a América Latina, disponível em português, inglês e espanhol.

Confira o vídeo do anúncio:

Aplicação do Trakto.Studio

A interface do Trakto.Studio, conectada ao Gemini, permite o processamento de diversas informações, bem como possibilita a testagem e experimentação. A partir de uploads de arquivos de imagem e outros dados, como planilhas com produtos e preços, a plataforma transforma as informações em anúncios personalizáveis voltadas para o ecossistema do Google, como YouTube, Gmail, Busca e outros.

As centenas e milhares de peças geradas podem ser editadas pelos anunciantes. É possível realizar a alteração de cores, remover imagem de fundo etc.

A solução conta, ainda, com integração para o Google Ads e o Merchant Center. De acordo com Newton Neto, diretor de parcerias do Google para a América Latina, isso facilita o processo de ativação das campanhas. O executivo afirmou que a parceria com a Trakto é parte da missão do time de criar alianças estratégicas com parceiros relevantes para o mercado local e, assim, servir melhor usuários, anunciantes e parceiros. “Estamos comprometidos em desenvolver esses ecossistemas localmente”, disse Neto.

Planos futuros

Com o Gemini, o Trakto.Studio permitirá a criação de imagens e animações a partir de um prompt. Anunciantes poderão animar peças, gerar áudios com traduções, sotaques e adaptar linguagens para cada público-alvo a partir da regionalidade. “O uso de IA está começando, mas para o Trakto.Studio já é realidade”, reiterou

Mobile para AI first

Gustavo Souza, diretor-geral de produtos de publicidade e soluções para clientes do Google Brasil, comentou que os esforços fazem parte do movimento do Google de migrar do posicionamento de mobile first para AI first.

Ao Meio & Mensagem, Souza afirmou que o Google está atualizando o gMaturity, índice que mede a maturidade digital das companhias. “Ele tem várias vertentes de análise. Uma delas é que, quanto mais automatizado o produto for em mensuração e segmentação, mais importante é o criativo. Então, uma das evoluções dele é agora é uma visão mais cautelosa sobre a diversidade criativa”, comentou.

Para cada subgrupo de campanha do Google Ads, o Google exige, no mínimo, cinco peças publicitárias diferentes. De acordo com o diretor-geral, a média atual é de menos da metade. Apesar disso, os executivos reiteraram que o Brasil está entre os principais adotantes de novas tecnologias e estão otimistas quanto à aceitação e aplicabilidade de novas ferramentas de IA para o marketing.

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