“Vir para a Globo também foi um presente de bastidores”, diz Eliana

Bárbara Sacchitiello
26 de novembro de 2024 - 15h20

Já era tarde da noite de uma segunda-feira quando Eliana recebeu a reportagem de Meio & Mensagem para uma de suas primeiras entrevistas após ter ingressado no estrelado casting de artistas da Globo.

(Credito: Jordan Vilas/Globo)

A apresentadora, que encerrou em junho uma jornada de 15 anos como âncora das tardes de domingo no SBT, acabava de sair da gravação de um episódio na nova temporada de The Masked Singer Brasil, reality show que estreia em janeiro e que marcará seu retorno aos domingos após meses.

Desde agosto, porém, Eliana já retomou as aparições na TV ao ancorar o Saia Justa, programa semanal do GNT, ao lado de Tati Machado, Rita Batista e Bela Gil.

Nesta semana, ela aparecerá na TV aberta no Vem Que Tem, atração de Black Friday da Globo, que combina game show com ofertas de marcas patrocinadoras. O programa vai ao ar na quinta-feira, 28, e ela dividirá o palco com o humorista Paulo Vieira.

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“Tudo o que estou fazendo agora é o que vocês verão na TV em 2025”, conta a apresentadora, lembrando que também já encerrou as gravações de Casa de Verão, uma nova atração do GNT, que também estreia em janeiro.

À reportagem, Eliana conta que a estreia na Globo envolve não apenas um recomeço profissional como também uma experiência diferente nos bastidores, “Ter vindo para cá me fez conhecer pessoalmente pessoas que antes só admirava pela TV. Tantos atores de novelas que assisti e hoje estou convivendo diretamente com eles. Está sendo um barato”, conta a apresentadora.

Em um modelo de parceria comercial, em que a Globo, por meio da área de negócios Viu, passou a gerir seus contratos publicitários, Eliana já vem demonstrando sucesso nesse pouco tempo de casa. Até o momento, a apresentadora fechou 13 diferentes parcerias comerciais, envolvendo as marcas anunciantes do Saia Justa (como Downy, Kimberly Clark e O Boticário), campanhas publicitárias que protagonizou (Qualy, OdontoCompany, Nubank, Poise, Brastemp, O Boticário, Haskell, Hypera e Downy) e também as patrocinadoras do Vem Que Tem (Brastemp, Mercado Pago, Mercado Livre e Dell).

Na edição semanal de Meio & Mensagem, a apresentadora abordou com mais detalhes sua relação com o mercado publicitário e sua percepção sobre a transformação da mídia e da televisão. A reportagem está disponível para assinantes.

Além disso, Eliana também comentou sobre a forma como encara as críticas nas redes sociais, o peso de ser influenciadora e os planos no âmbito profissional e pessoal. Veja a entrevista abaixo:

Meio & Mensagem: Você retorna aos domingos na TV em janeiro, no The Masked Singer Brasil. Como tem sido a experiência das gravações?

Eliana: O Masked Singer será meu retorno, após alguns meses, aos domingos. Mas também é um reality musical, algo que nunca apresentei. É um programa incrível, um reality para toda a família assistir juntos, com um júri estelar. E ainda não me acostumei a ter o Tony Ramos ao lado, no júri. Além de ele ser esse grande profissional que o Brasil conhece, é um gentleman. Uma pessoa absolutamente culta, com a qual é sempre maravilhoso sentar e conversar. A Sabrina Sato é esse sol de pessoa e a Tatá Wenerck, que é uma gênia do humor. Nunca vi uma pessoa tão rápida quanto ela. E o Belo, que é um cantor popular e que abraça uma multidão, há tantos e tantos anos cantando, inclusive cantando muitos temas de novelas que estamos homenageando no programa. É um reality encantador. E esta temporada está repleta de grandes nomes, que irão surpreender o Brasil. Estou boquiaberta com cada revelação. Não quero saber nada antes, porque quero me surpreender com o júri e a plateia. Aliás, a seriedade com que esse reality é feito, para manter o segredo dos personagens, merecia um outro programa. É gigantesca a produção para que saia esse reality que as pessoas veem.

M&M: Apenas no Instagram você tem quase 33 milhões de seguidores. De que forma você lida com a exposição e, sobretudo, com as críticas e o lado tóxico das redes sociais?
Eliana: É importante dosar e entender que, quando as críticas existem, elas falam muito mais sobre as pessoas do que sobre nós mesmos. Às vezes, aquela pessoa não está em um dia bom, ou ela quer só um palco para se expressar. Mas é um exercício de maturidade, que fui adquirindo ao longo dos anos. Mas, considerando outros perfis que acompanho, o meu é um perfil muito querido pela audiência, então, não tenho muito do que reclamar. Mas, mesmo não sendo um alvo recorrente dos haters, esse é o tipo de comportamento que merece uma atenção maior no nosso País. É necessário educar as pessoas sobre as consequências desses atos e legislar cada vez mais sobre o tema. O ódio nunca é o caminho para nada.

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M&M: Já há alguns anos, as personalidades de TV e celebridades tornaram-se, também, influenciadores. Muita gente comenta que, ao longo de mais de 30 anos de carreira, você praticamente não se envolveu em polêmicas. Você considera um peso ser uma influenciadora?
Eliana: Não é um peso. Acho que essa carreira ilibada está muito alinhada ao meu jeito de ser, de verdade. E não é nenhum esforço, é algo orgânico e flui. Isso não significa que eu não erre ou que eu não possa errar. Se ainda não aconteceu, quem sabe possa acontecer (risos). Faz parte da vida acontecer determinadas situações e erros. Inclusive, eu abri o primeiro episódio do Saia Justa dizendo que eu não sou certinha! Do ponto de vista pessoal, me casei três vezes. Na verdade, casar mesmo foi somente uma. Mas não tenho medo de experimentar, de viver. Acho que quando temos medo de realizar, deixamos de viver. E, vivendo, às vezes a gente erra, em outras vezes, acerta. Só tenho que agradecer porque acredito que mais acertei do que errei ao longo dos anos. Mas também errei. Talvez eu seja mais discreta nos meus erros (risos).

M&M: Em termos de carreira e de criatividade, quais são suas influências e as pessoas que te inspiram?
Eliana: Não posso deixar de falar da minha família, da influência de valores e da importância da educação que meus pais me deram. Para mim, influenciadores de valores, são a Dona Eva, minha mãe, e Seu José, meu pai, que perdi há pouco tempo. Mas, se pensarmos em nomes da televisão, eu tive o privilégio de viver com alguns grandes comunicadores. E conviver mesmo, viajando, conversando. Uma é a Hebe Camargo, que é uma comunicadora que sempre me encantou pela simplicidade, pela alegria, pela fácil comunicação, sem nada rebuscado, mas ao mesmo tempo, popular e chique. Hebe é e sempre será uma escola para mim e tive o privilégio de poder conviver e aprender com ela. E Silvio Santos, né, de quem nos despedimos neste ano. Foi uma perda gigantesca. Mas tive o privilégio e a honra de ter sido descoberta por ele e ele está em um lugar muito especial da minha história e no meu coração. Agora, tenho outras influências. Por exemplo, como entrevistadora, me inspiro muito na Marília Gabriela, que é uma pessoa que me encanta. No jornalismo, quem sempre observo na busca certeira pela comunicação exata é o William Bonner. Recentemente encontrei com ele e, ele nem sabe, mas dei uma tremida (risos). A Ana Maria Braga é uma referência também, por estar muito nesse lugar do popular e da alegria, com uma comunicação simples, que é algo em que acredito. O próprio Serginho Groisman, que está há tantos anos falando com a garotada. É impressionante como ele se renova e tem poder de se reinventar. Enfim, poderia elencar várias, mas essas estão entre as pessoas que admiro muito.

M&M: E como tem sido a convivência com algumas dessas pessoas, agora, na Globo?
Eliana: Ter vindo para cá me fez conhecer pessoas que antes eu só admirava pela TV. Então, ter vindo também foi um presente de bastidores. Além da parte profissional e pública, os bastidores da Globo também me trouxeram alguns presentes, como conviver mais de perto com Ana Maria [Braga], com Serginho [Groisman], que são pessoas com quem tinha convivido em outras emissoras e em outros momentos de vida, além de conhecer outros tantos que admirava. Tantos atores de novelas que assisti e hoje estou convivendo diretamente com eles e está sendo um barato.

M&M: Para o futuro, além dos compromissos que você já assumiu na Globo, quais planos você tem para sua vida profissional e para a vida pessoal?
Eliana: No campo pessoal, quero ver meus filhos crescendo. Quero ver a Manu [de 7 anos] ingressando em uma faculdade, quero ver o Arthur [de 13 anos] escolhendo a profissão que faça sentido para ele. Quero vê-los grandes, acho que esse é o sonho de toda mãe. Quero ter muita saúde para que isso seja possível. E no campo profissional, estou aberta a grandes desafios. Gosto de inovar e há muito mais coisas pela frente a serem feitas. Quero trabalhar. Acredito que o trabalho, acima de tudo, é um prazer para mim. Meu trabalho está dentro de algo que amo muito. Família e trabalho são coisas que consigo administrar em paralelo, de forma que me satisfaça no âmbito pessoal, por um lado, e profissional, por outro. Acho muito bom ter a possibilidade de trazer meus filhos para acompanhar as gravações, levá-los comigo. Meu trabalho dá a liberdade de ter a família por perto, então, tenho mais que comemorar, celebrar e viver tudo com alegria.