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Nostalgia e negócios: Reebok aposta em um clássico para voltar aos dias de glória

Presidente e CMO do Authentic Brands Group, nova dona da marca, Nick Woodhouse investe no legado e no relançamento de um modelo dos anos 1980 para dobrar as vendas nos próximos três anos


17 de janeiro de 2023 - 20h35

NIck Woodhouse, presidente e CMO da ABG, em entrevista na NRF Retail´s Big Show

Nick Woodhouse planeja vendas anuais de 10 bilhões de dólares para a Reebok até 2026

Em agosto de 2021, a Adidas decidiu vender a marca Reebok por US$ 2,5 bilhões, aproximadamente 50% a menos em valores brutos do que havia pago em 2006 para comprar a então concorrente. A grife de origem inglesa foi adquirida como um ativo importante na disputa com a Nike pela primazia no setor de artigos esportivos, mas acabou negociada após anos de resultados abaixo da expectativa.

Nick Wookdhouse, presidente e CMO do Authentic Brands Group, viu na decepção da Adidas uma oportunidade para impulsionar o crescimento sua autêntica casa de marcas, que reúne mais de 40 ativos, um portfólio eclético do qual fazem parte a surfwear Volcom, os calçados Airwalk, o uso de imagem da atriz Marilyn Monroe e a marca do ex-jogador de basquete Shaquille O’Neal. Concluído em fevereiro de 2022, o negócio ajudou a companhia a faturar mais de 23 bilhões em vendas no ano passado.

Em entrevista à repórter Lauren Thomas, do Wall Street Journal, num painel intitulado “Como construir uma super marca global”, Woodhouse falou ao público da National Retail´s Big Show sobre seus planos para a Reebok, tanto financeiros quanto de posicionamento e imagem.

A FORÇA DAS MARCAS ESPORTIVAS

A Reebok é uma super marca. Se você fizer uma lista de marcas que se destacaram ao longo do anos, digamos um Top 50, ou um Top 100, seja lá qual a linha de corte, teremos Apple, Tesla, FedEx, American Express, Rolex, e teremos Nike, Adidas e Reebok. Paul Fireman (ex-CEO da Reebok e responsável pela internacionalização da marca) e sua equipe estavam na vanguarda da revolução do marketing esportivo nos anos 1980. Obviamente, Phil Knight (cofundador da Nike) ganhou esta revolução.

TERRITÓRIOS E POSICIONAMENTO

Quando você pensa em Reebok há algumas associações que podem ser feitas. É irreverente, transformacional, inovadora, é esportes, é luxo, é colaborativa. São poucas as marcas que podem se posicionar na intersecção entre moda, esportes e tecnologia. É raro que uma marca consiga se apropriar de mais de um destes territórios, o que dirá dois ou três, como a Nike e a North Face. A Reebok também tem essa autoridade para ser mais técnica. Fazemos tênis técnicos para corrida, mas também temos lastro para atuar no streetwear.

CRESCIMENTO ACELERADO

Quando compramos a Reebok, as vendas no varejo estavam em torno de 5 milhões de dólares. Este ano devemos chegar na casa dos 5 bilhões de dólares. E temos um caminho para alcançar os 10 bilhões, algo que estou confidente que conseguiremos nos próximos três anos, o que nos fará passar a frente de outras marcas de esportes incríveis, recolocando a Reebok de volta a seus dias de glória.

O LEGADO COMO NEGÓCIO

Consumidores amam o legado de marcas que conhecem e confiam há muito tempo. Este modelo que estou calçando hoje, o BB 4000 (foto abaixo), foi lançado antes de que muitos desta plateia tivessem nascido (o modelo foi apresentado originalmente em 1989). E será nosso número 1 em vendas este ano, vamos vender mais de 20 milhões de pares deste tênis.

modelo BB 4000, da Reebok

O clássico BB 4000: Reebok planeja vender 20 milhões de pares do modelo

JORNADA REAL

O mais interessante sobre a Reebok, e o que faz dela uma marca apaixonante, é fazer as pessoas sentirem-se confortáveis tanto calçando um tênis da marca numa quadra de basquete, numa academia ou correndo uma maratona de 10 quilômetros, quanto para ir até uma Starbucks. Tenho grande respeito por marcas nativas digitais e start ups que estão disputando um lugar ao sol, com marcas e ideias fantásticas. Mas o que há de mais incrível em torno de marcas como Reebok, Nike e Adidas, por serem super marcas com toda uma história de estilos e silhuetas, é essa demanda entusiasmada por algo que é real.

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