18 de agosto de 2022 - 14h00
(Crédito: Mary Long/shutterstock)
Uma boa campanha de marketing exige muita criatividade, estratégia e inovação. Estes são pontos chaves se queremos que uma ação ganhe destaque. Por isso, este é um mercado que precisa de pessoas diversas, cheias de ideias e que se conectem para a realização de um trabalho.
Entretanto, nem sempre foi assim. O marketing, durante muitos anos, foi predominantemente exercido por profissionais do sexo masculino. As mulheres que quisessem exercer tal profissão eram estereotipadas e não conseguiam espaço. Suas ideias eram totalmente invalidadas.
Mas o mercado mudou e o modo de consumo também. Nesse ponto, as mulheres tiveram papel fundamental, já que passamos a observar o que e como elas consumiam. Qualquer empresa que oferecia um produto, solução ou serviço estava de olho nelas.
Nesse contexto, era fundamental que as companhias entrassem em ebulição, mudassem a maneira que estavam trabalhando e isso impunha diversificar seus colaboradores.
As empresas precisavam ter em suas equipes de marketing lideranças femininas que pudessem lidar com os novos desafios. Dessa maneira, houve um expressivo aumento em profissionais mulheres que foram ocupar seu espaço no setor de marketing. Desde então, elas tiveram voz e não pararam mais.
Ao contrário de vários setores, hoje podemos dizer que as mulheres dominam o mercado de marketing e ocupam cargos de liderança. Segundo informações divulgadas pela Associação de Marketing Promocional (Ampro), 56% do segmento é composto pelo público feminino. Além disso, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) mostra que 69% dos cargos de liderança na comunicação corporativa no Brasil são ocupados por mulheres.
Afinal, temos competência para assumir um cargo de poder, nos saímos bem em situações que necessitam de resiliência, conseguimos liderar equipes e trabalhamos tanto quanto os homens. A questão de gênero não deveria ser um empecilho para assumir uma posição nas empresas e nem trazer diferenças salariais. Este é um assunto antigo, chega a ser um problema crônico, mas que ainda precisa de mais visibilidade e discussão dentro e fora das companhias.
A mudança precisa acontecer em diversos setores
Apesar do cenário otimista no marketing, outros setores não estão assim. Cabe a nós oferecer nosso exemplo para que a liderança feminina não seja ofuscada em tantas outras áreas. No Brasil, o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em 2021, apontou que 63% dos cargos gerenciais são ocupados por homens. As mulheres atuam somente em 37%.
O foco, porém, não é só o índice baixo. Ele se divide com um problema maior: em 2018, o mesmo estudo indicava 39% dos cargos gerenciais sendo ocupados por mulheres no País. Ou seja, o número caiu.
A pesquisa ainda aponta que 23,5% das mulheres com mais de 25 anos possuem ensino superior, ao passo que a porcentagem de homens com a mesma titulação é de 20,7%. No entanto, os homens continuam ocupando a maior parte dos cargos no ambiente profissional.
Diversos fatores escancaram a barreira na equidade de gênero. A questão da maternidade ainda faz com que muitas empresas e setores prefiram contratar profissionais do sexo masculino, o que leva todo o tema para um abismo, onde a mulher, para conquistar uma carreira, precisa abrir mão da maternidade. Nesse caso, as habilidades e experiências dela, muitas vezes, nem são avaliadas.
Por isso, é tão importante que aja uma mudança não só em nossa sociedade, mas na cultura das empresas. De acordo com o relatório Women in Business and Management: The Business Case for Change, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão pertencente à ONU, quanto maior o número de mulheres, sobretudo em cargos de liderança, melhores os resultados de uma organização. No marketing, já vimos o quanto melhoramos e acredito que apesar de lento, essa pauta está em andamento e amadurecendo em diversos setores.