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Governança de IA: Um investimento estratégico para o futuro

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Opinião

Governança de IA: Um investimento estratégico para o futuro

Com a falta de orientações claras, é mais importante do que nunca que as companhias assumam a liderança e construam os seus próprios frameworks

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2 de setembro de 2024 - 14h32

Ao passo que as empresas exploram mais profundamente o poder da inteligência artificial generativa para inovação e eficiência, muitas companhias enfrentam a questão de projetos que estão em seus estágios iniciais, com a maioria das provas de conceito operando em pequena escala. Embora avançar lentamente ajude a evitar riscos imediatos, isso também significa que não estamos explorando totalmente o que a IA pode fazer — ou entendendo os desafios que surgem com ela.

Assim, conforme a IA generativa evolui, os riscos associados a ela aumentam. Para que as marcas realmente colham os seus benefícios, é crucial que sólidos frameworks de governança cresçam junto com a tecnologia. Mas, infelizmente, as regulamentações ainda estão atrasadas em relação ao rápido avanço da ferramenta.

Formuladores de políticas ao redor do mundo estão tentando entender as complexidades da IA, contudo, leis sólidas e consistentes seguem em desenvolvimento. O recente Regulamento de IA da União Europeia, que entrou em vigor em agosto, e as discussões em andamento no Reino Unido mostram como é difícil criar um ambiente global coeso. Essa lacuna deixa as organizações em uma espécie de limbo de governança.

Com a falta de orientações claras, é mais importante do que nunca que as companhias assumam a liderança e construam os seus próprios frameworks. Alguns dos componentes chave devem incluir:

  • Identificação de riscos potenciais do uso de IA, como problemas de privacidade de dados, ameaças à segurança, preconceitos e preocupações éticas para ajudar negócios a prever e antecipar desafios;
  • Estabelecimento de princípios éticos claros para o desenvolvimento e o uso da IA que estejam alinhados tanto com os valores da organização quanto com as expectativas sociais mais amplas;
  • Aplicação de práticas sólidas de gerenciamento de dados para proteger informações sensíveis, incluindo controles de acesso e diretrizes sobre o seu tempo de retenção;
  • Criação de processos para monitorar e auditar algoritmos de IA, garantindo que preconceitos, erros e consequências não intencionais sejam identificados e corrigidos;
  • Incentivo à comunicação aberta acerca de projetos de IA, tanto dentro da empresa quanto com partes interessadas externas, para construir confiança e abordar preocupações;
  • Investimento em treinamento e desenvolvimento de equipes para fornecer o conhecimento e as habilidades necessárias para implementação e monitoramento de sistemas de IA de maneira eficaz.

Acredito que uma governança eficaz de IA não se trata apenas do cumprimento de regras — na verdade, isso requer trabalho em grupo em toda a organização. Assim como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados da Europa que levou à criação de funções como os Oficiais de Proteção de Dados, a ascensão da IA exige novas funções ou papéis aprimorados com entendimento do que é a tecnologia.

Investindo na governança de IA: Uma estratégia inteligente de longo prazo

Sem um framework de governança sólido, riscos como vazamentos de informações podem rapidamente se tornar erros caros. Investir na supervisão de IA permite que as companhias implementem práticas robustas de gerenciamento de vulnerabilidades desde o início. Construir proativamente essa estrutura e investir nisso em longo prazo significa que potenciais perigos podem ser identificados e resolvidos antes que eles se agravem, poupando danos à reputação, problemas legais e perdas financeiras significativas no futuro.

Nesse cenário, um dos maiores equívocos é a fala de que a governança sufoca a inovação. Pelo contrário, uma gestão de IA bem feita pode realmente acelerar o progresso. Ao fornecer diretrizes e salvaguardas claras, reduzimos a incerteza, permitindo que as equipes explorem aplicações de IA com mais confiança. Sabendo que as possíveis ameaças estão sendo administradas, as empresas podem expandir os limites do que a IA pode fazer, levando a avanços que, de outra forma, seriam mais delicados demais para perseguir. Dessa forma, isso é catalisador para a inovação em vez de um obstáculo.

É importante destacar ainda que negócios que priorizam a governança de IA em um ambiente cada vez mais competitivo podem se destacar. Conforme os ambientes regulatórios se tornam mais rigorosos, as companhias com esses frameworks definidos vão achar mais fácil cumprir novas leis e regulamentos, evitando a correria e as eventuais penalidades que podem atingir concorrentes menos preparados. Além disso, ser visto como uma referência no uso ético da IA pode diferenciar uma marca aos olhos dos consumidores, que estão se tornando mais conscientes sobre como seus dados estão sendo usados. Essa vantagem reputacional pode se traduzir em liderança de mercado.

Ao investir nisso agora, as pessoas vão estar melhor preparadas para se adaptarem a mudanças futuras, seja em relação a novas regulamentações, avanços tecnológicos ou nas expectativas do público. Um sistema de governança bem estabelecido oferece a flexibilidade para ajustar estratégias de acordo com a necessidade, garantindo que as organizações sigam as normas e continuem competitivas, independentemente de como o cenário da IA evolua. A administração da IA não é apenas sobre evitar armadilhas — ela diz respeito a como construir uma base para o crescimento sustentável e transformar em sucesso um amanhã impulsionado pela IA.

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