Autenticidade e engajamento no marketing de influência

Caio Fulgêncio
17 de abril de 2023 - 11h45

Ser autêntico e, mesmo assim, trabalhar a favor do algoritmo é um dos desafios enfrentados por aqueles que se dedicam à criação de conteúdo na internet. Em um ambiente de extrema competitividade, combinar autenticidade e engajamento é uma matemática cada vez mais complexa no marketing de influência.

Esse Menino participou de painel sobre a autenticidade no marketing de influência (Crédito: Divulgação/Rio2C

No palco do Rio2C, Esse Menino, humorista e roteirista; André Marques, head of brand and creative Latam no TikTok; e Joana Mendes, presidente do Clube de Criação, conversaram sobre as especificidades do papel do creator nas plataformas digitais. A consultora de criatividade e inovação na Apego Inc., Cristina Naumovs, mediou o painel.

Esse Menino contou que, desde que ganhou mais notoriedade em 2021, diante dos convites para a publicidade, tinha decidido não fazer “o que todo mundo fazia”. Na época, ele viralizou no Instagram e no TikTok com o vídeo que ironizava o então governo federal com o nome da vacina Pfizer, contra a Covid-19.

“O ciclo da internet é muito rápido, mas, profissionalmente, me sentia preparado para tudo o que veio (após a viralização). Eu sabia que conseguia fazer um negócio de publicidade que as pessoas gostariam e que venderia muito, mas que nem todo mundo estava fazendo, que eram as ideias de transformar a publicidade em esquetes”, explicou o influenciador.

Marques ressaltou que a autenticidade é um dos motores do engajamento dentro do TikTok. Segundo o executivo, na plataforma, um creator autêntico é aquele que transparece confiança e honestidade por meio do conteúdo criado.

“A honestidade gera o engajamento e o engajamento é a regra. Viemos de uma realidade em que a quantidade de seguidores mandava e o TikTok quebrou um pouco isso. Existem pessoas que até ontem eram desconhecidas e, hoje, se tornam um hit”, comentou.

Autenticidade e agências

Sobre processos, Esse Menino explicou que todos os trabalhos pelos quais é contratado seguem um briefing. No entanto, segundo o ator, as exigências das marcas não podem ultrapassar os limites da liberdade criativa, para não engessar o profissional. “Tem os do e don’t do cliente, mas tem um serviço que só eu faço. O encontro no meio desse caminho que é importante”, disse.

Joana completou que a autenticidade do criador faz toda a diferença em como os consumidores de uma marca receberão a mensagem. Nesse contexto, as agências entram na construção de um bom briefing. “Quando o briefing é correto, o criador pode ser ele mesmo”, falou.

A sinergia é, de acordo com a criativa, uma característica necessária nessa relação. “Quando você não respeita o criador, a relação fica complicada. Então, é importante a publicidade começar a olhar para como podemos trabalhar de maneira mais sinérgica”, ressaltou.