Psicologia das cores: o que é, usos no marketing e exemplos
Estudo é utilizado por marcas e designers para comunicar mensagens sutis por meio da escolha de cores para logos e marcas
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Meio & Mensagem
13 de julho de 2023 - 9h00
A psicologia das cores pode ser aliada das marcas que desejam aumentar o poder de persuasão e, consequentemente, o número de conversões no marketing.
As cores fazem parte da vida das pessoas e, segundo a psicologia, têm o poder de despertar sentimentos, emoções e ações.
De acordo com um estudo da Universidade de Winnipeg, quando um usuário acessa um site, ele baseia parte da decisão de continuar ou sair da página nas cores.
A pesquisa comprovou que o usuário leva cerca de 90 segundos para decidir se tem uma interação positiva ou negativa com o site, e cerca de 62% a 90% da avaliação é baseada somente nas cores.
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A psicologia das cores é um estudo que explora o efeito das cores no cérebro e como diferentes tonalidades afetam a percepção, emoções e sentimentos das pessoas.
Um tom pode mudar como cada um se sente em relação a um objeto ou espaço.
É possível, por exemplo, despertar a atenção de um consumidor a partir de uma composição bem feita de cores, ou ainda, gerar o efeito oposto ao desejado, caso não seja bem utilizada.
Atualmente, é utilizada por marcas e designers para comunicar mensagens sutis por meio da escolha de cores para logos e marcas, mas a curiosidade sobre as cores é antiga na história da humanidade.
Aristóteles já dissertou sobre elas na antiguidade, mas foi o físico Isaac Newton que criou a primeira teoria das cores.
Ele elaborou o primeiro círculo cromático, usado até hoje, e também descobriu que ao passar por um prisma a luz se dissipa em diversas cores.
Já o filósofo e cientista Wolfgang Von Goethe foi mais a fundo e realizou um estudo sobre o impacto das cores na mente humana e quais as emoções e sentidos ligados a elas.
Acredita-se que, apesar de a identificação de alguns tons ser objetiva, assim como a preferência por uma ou outra tonalidade, os efeitos que elas causam na mente são universais.
Não se trata somente da cor, mas sim, sobre o que está nas entrelinhas. Por exemplo, o azul, na psicologia das cores, gera o sentimento de confiança.
No entanto, um projeto de design ou uma campanha mal executada nessa tonalidade, não necessariamente vai fazer com que as pessoas confiem na marca.
Quando um usuário interage com qualquer ponto de contato de uma marca, as cores estão presentes e podem influenciar nas emoções dele para o lado positivo ou negativo.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Kaunas, as cores influenciam na decisão de compra e podem aumentar a eficiência do marketing.
O estudo também identificou que o uso de cores também possui influência no marketing sensorial, pois:
– constrói a singularidade da marca;
– diferencia o produto;
– aumenta a vantagem competitiva;
– fortalece a lealdade;
– impulsiona as vendas;
– reduz o tempo de percepção da espera;
– prolonga o tempo gasto na loja;
– aumenta as intenções do cliente de fazer outras visitas.
Sabendo da influência da psicologia das cores no design, muitas marcas as utilizam como aliadas para comunicar um posicionamento ou despertar no cliente sensações que contribuam com determinados objetivos.
O The Logo Company fez um guia sobre como a Psicologia da cor está presente no design de logotipos.
O estudo dos efeitos das cores no cérebro também pode ser aplicado em ambientes, sites, landing pages e outras peças publicitárias. Observe alguns exemplos abaixo.
A maçã mordida é a marca registrada da Apple. Mas nem sempre ela foi da cor branca, como é conhecida hoje.
No início, o logo não era nem mesmo uma maçã, mas sim uma imagem em preto e branco que mostrava um homem lendo embaixo de uma macieira.
A ideia era representar Isaac Newton quando descobriu a gravidade depois que uma maçã caiu em sua cabeça.
Posteriormente, o logo foi substituído pela maçã mordida, mas até o ano de 1998, a fruta continha as cores do arco-íris, as quais permaneceram por duas décadas.
O logo teve outras transformações, como por exemplo, a adição de detalhes translúcidos e sombreados na maçã, mas ao longo dos anos o que predominou foi uma versão minimalista bidimensional que assume as cores branca, preta e cinza.
À medida que a marca foi adquirindo características mais sofisticadas e entrou para a lista de marcas mais valiosas do mundo, o posicionamento também mudou e o arco-íris deu lugar a cores mais sóbrias e minimalistas.
Partindo dos princípios da psicologia das cores, alguns pesquisadores analisaram o tons de fundo dos leilões no eBay.
Eles descobriram que os fundos que mais geravam receitas, eram os da cor vermelha, pois o tom tem o poder de desencadear sentimentos de agitação, excitação e coragem, fazendo com que as pessoas dessem mais lances.
O exemplo é citado pela autora Cristiane Thiel, no livro “A Psicologia das Cores no Marketing”.
Cristiane ainda destaca a agressividade gerada pela cor vermelha, o que faz com que as pessoas queiram manter os lances e superar os concorrentes.
Já se a intenção for fechar um negócio, por exemplo, a agressividade não é um sentimento a ser estimulado, pois pode gerar mais dificuldade na negociação.
Outro exemplo do efeito das cores no cérebro é o teste da Hubspot, chamada de Performable, na época em que o estudo foi realizado.
Uma simples mudança de cor para o vermelho, no botão de conversão, foi responsável por aumentar em 21% os cliques.
A escolha fez parte de um teste A/B realizado pela empresa, que escolheu as cores vermelha e verde para realizar o experimento.
A autora Cristiane Thiel destaca no livro sobre a Psicologia das Cores no Marketing, a importância dos testes A/B antes de uma mudança de cores.
Segundo ela, diferentes características podem influenciar na forma que cada um enxerga as cores, como por exemplo, experiências passadas, cultura e contexto.
Confira o significado das cores segundo a psicologia, principais usos e exemplos de marcas que a utilizam.
O vermelho é a cor da paixão, do fogo e do sangue. É um tom quente, que representa intensidade, vibração, perigo, desejo e excitação.
No comércio ela é frequentemente usada em restaurantes, pois é associada à sensação de abrir o apetite e despertar a fome.
A utilização da cor também é comum para chamar a atenção do cliente e convidá-lo para a ação, como em promoções e queima de estoque, por exemplo, transmitindo a ideia de urgência.
Marcas comumente associadas a essa cor são o McDonalds, a Coca-Cola e o KFC, por exemplo.
O azul é um tom frio frequentemente associado à segurança, confiança, limpeza, espiritualidade e harmonia.
A cor transmite seriedade e, por isso, é bastante utilizada em ambientes corporativos, reforçando características como o poder e a segurança.
É curioso observar que as cores também estão ligadas à cultura. Antigamente, os pigmentos azuis não podiam ser produzidos sinteticamente e, por isso, tintas azuis eram caras e vistas pela sociedade como tons da riqueza.
Hoje, o azul está entre as cores preferidas da maioria das pessoas de forma disparada, pelo menos é o que diz a pesquisa de Eva Heller no livro Psicologia das Cores, sendo escolhido como preferência por 45% dos entrevistados.
O azul é frequentemente usado em marcas de saúde, além de empresas de tecnologia e marcas associadas à água.
São alguns exemplos: Twitter, Facebook, Oral-B e Ford.
Amarelo é a cor do sol, um tom quente, feliz e acolhedor, segundo a psicologia das cores.
Auxilia no estímulo da criatividade, do intelecto e também na concentração. Costuma estar associada a locais de trabalho que exigem concentração e criatividade, como as agências de publicidade, por exemplo.
Ao mesmo tempo, também é utilizada em marcas que querem estimular a criatividade, como a Post-it e a Nikon, por exemplo.
Se utilizada em excesso, por outro lado, pode despertar sentimentos como agitação, ansiedade e nervosismo.
O verde tem a cor das folhas, da árvore e da natureza. Na psicologia das cores, ele está associado ao equilíbrio, à perseverança e à esperança.
A cor costuma estar presente em marcas relacionadas ao frescor e à prosperidade, motivo pelo qual o verde foi escolhido para o Starbucks, por exemplo.
Também costuma ser utilizado em empresas ligadas ao dinheiro e à economia, pois transmite segurança e passa a sensação de tranquilidade; além de marcas relacionadas à sustentabilidade, à natureza e à saúde.
O laranja é uma cor muito parecida com o vermelho, mas de acordo com a psicologia das cores, é menos estimulante.
Segundo a escritora Eva Heller, no livro A Psicologia das Cores, o nome da cor foi escolhido em homenagem à fruta laranja, considerada exótica na Europa.
Anteriormente ao período, a cor foi chamada de “vermelho amarelado” por Goethe e não era comum.
Ela só passou a ser usada com mais frequência, depois que a fruta começou a ser difundida na Europa.
O tom está relacionado à criatividade, energia, animação e traz à tona o sentimento de autoconfiança.
No marketing, é comumente utilizado para expressar modernidade e energia.
São exemplos de marcas que utilizam o tom no logo, a Harley Davidson, Mastercard, a JBL e a Fanta.
O preto é uma cor eclética e neutra, por isso combina com todas as outras.
Na psicologia das cores, está associada à sensação de mistério, elegância, força e formalidade.
Nas marcas, costuma ter relação com o luxo, mas também com a neutralidade, autoridade e sucesso.
São exemplos de logotipos famosos com a cor preta, a Adidas, a Channel e a Apple, por exemplo.
Eva Heller descreve o preto como “a cor predileta dos designers e dos jovens”, pois segundo pesquisa da autora, quanto maior a idade entre homens e mulheres, menos apreço há pelo tom.
Ao mesmo tempo, a cor também tem um lado negativo, associado à morte. 56% dos entrevistados na pesquisa de Psicologia das Cores associa o tom ao fim da vida.
O branco é associado à leveza, à pureza e à paz.
Ele é frequentemente utilizado em renovações, no nascimento e em celebrações. É tradição usá-lo, por exemplo, no ano novo, em casamentos e em celebrações religiosas, como o batizado, que representa a purificação.
No design, o branco é utilizado como respiro, que nada mais são do que espaços vazios que oferecem leveza e neutralidade.
Além disso, o tom também é usado como cor de fundo, pois permite que outros tons se destaquem devido ao fato de ser minimalista e leve.
O rosa na psicologia das cores é associado à delicadeza, romantismo e inocência, especialmente as tonalidades mais claras.
Já os tons mais fortes tem mais elegância e são considerados mais modernos. Dentre o significado pode-se destacar que ele desencadeia sentimentos de doçura e companheirismo.
Também é comumente usado em marcas femininas e infantis.
Dentre os exemplos de marcas com rosa estão: Barbie, Cosmopolitan, Mary Kay e Flickr.
O marrom na psicologia das cores é capaz de transmitir segurança, sofisticação e rusticidade.
É comumente utilizado em marcas de alimentos gourmet, de produtos orgânicos e em empresas que têm relação com a natureza.
Também costuma ser usado no segmento de design de interiores, principalmente, em móveis e pisos, devido aos sentimentos de conforto e aconchego que o tom evoca.
O efeito das cores no cérebro é estudado pela psicologia há muitos anos e hoje já é possível saber como usá-las a favor de uma marca.
No entanto, mesmo com a influência que podem causar, os testes para saber se elas funcionam da maneira esperada com o público-alvo de uma marca são sempre recomendados.
Isso, devido ao fato de que a percepção sobre as cores é cultural, mas também relativa a experiências e preferências pessoais.
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