Taís Araújo: “a diversidade do nosso país precisa estar refletida nas campanhas”
Atriz se torna apoiadora do Beleza Mais Diversa, programa da L’Oréal que visa acelerar a carreira de criadores negros de conteúdo no Brasil
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Meio & Mensagem
28 de agosto de 2024 - 11h30
*Colaborou para esta reportagem Lidia Capitani
A pauta de diversidade e inclusão já é uma discussão atual na indústria da comunicação e, cada vez mais, se aproxima do segmento do marketing de influência.
O Grupo L’Oréal conta com o programa Beleza Mais Diversa, que tem como objetivo impulsionar a carreira de criadores de conteúdo negros tendo a economia criativa como caminho chave para alavancar a agenda. A companhia pretende contratar 80% dos perfis para, ao menos, uma de suas 21 marcas.
A iniciativa tem parceria com o Tik Tok e YouPix e, agora, recebe Taís Araújo como apoiadora. A atriz já é parceria do Grupo L’Oréal há 15 anos e se une a nomes como Tássio Santos, do perfil Herdeira de Beleza; Vivi Siqueira e Amanda Mendes, do Tô de Crespa, para ser referência para a formação de novos talentos.
Em entrevista ao Meio & Mensagem, Taís comenta o papel das marcas de beleza para a agenda de diversidade, como o marketing de influência pode ser catalisador da pauta na sociedade e opina sobre a influência das tecnologias nos padrões de beleza atualmente. Confira:
Meio & Mensagem – Qual a importância de um programa como o Beleza Mais Diversa?
Taís Araújo – O principal ponto é sobre representatividade. O mercado publicitário mudou muito nos últimos anos, mas alguns dados mostram que ainda existe uma longa jornada para uma comunicação mais diversa e inclusiva. Ser parceira do programa é uma forma de me aproximar mais dessa nova geração e entender melhor sobre esse mercado de influência. Apesar da maioria da população brasileira se autodeclarar preta ou parda, ainda não vemos esse reflexo na maioria representativa e com alto impacto entre os influenciadores. Esse programa oferece oportunidades para que criadores negros possam se destacar, influenciar o mercado e para que a população se sinta representada. Tudo isso gera um grande ciclo de conexão positiva que só tende a impulsionar novos criadores de conteúdo, outras marcas e o próprio consumidor.
M&M – Qual o papel das marcas de beleza para a construção e a desconstrução do que é aceito como belo? Como isso impacta as pessoas?
Taís – Durante muitos anos, as marcas criaram padrões de beleza que eram extremamente diferentes da realidade brasileira, tanto por meio de campanhas publicitárias, produtos e contratação de personalidades para representá-las. Hoje, as marcas e os consumidores estão mais conscientes. Eu, como consumidora, não consumo algo de uma marca que não me sinta representada ainda mais em marcas de beleza, que tem um papel fundamental para a autoestima, autoconfiança e a criação de futuros possíveis para as próximas gerações que se inspira por meio de referências, que se considera possível por enxergar alguém que já esteve lá.
M&M – Como as marcas podem propor uma comunicação mais representativa da beleza brasileira? Como os criadores de conteúdo podem ser incluídos neste processo?
Taís – O Brasil é plural e para atuar no país as marcas precisam entender isso. Essa diversidade do nosso país precisa estar refletida nas campanhas, o público precisa se identificar. Então é fundamental que as marcas pensem em seus influenciadores de forma que eles representem a população, trazendo diversidade de pele, de cabelo, de corpo, de idade, de etnia. Tenho orgulho de ser parceira da L’Oréal há 15 anos e ver de perto essa transformação, não só nas campanhas, mas também dentro da companhia. O Beleza Mais Diversa vem para reforçar essa jornada e ajudar a construir um cenário mais inclusivo.
M&M – Qual a importância da presença de criadores de conteúdo negros focados em beleza num contexto em que as tecnologias, como a inteligência artificial e filtros de Instagram, por exemplo, reforçam padrões de beleza eugenistas?
Taís – Muito importante, principalmente porque esses criadores têm desempenhado um papel significativo na promoção da diversidade, na desconstrução de padrões opressivos e na valorização da beleza negra em todas as suas formas. Os criadores negros de conteúdo não só promovem uma visão mais inclusiva e diversa da beleza, como também desempenham um papel vital na educação, empoderamento e transformação social. Ao dar voz e visibilidade à beleza negra, esses criadores ajudam a construir um futuro em que todos sejam reconhecidos e valorizados.
Meio & Mensagem – Qual sua visão sobre a influência das tecnologias nos padrões de beleza? Acha que estamos evoluindo para desconstruir e diversificar a beleza?
Taís – Como toda nova tecnologia, é um fenômeno complexo e de grande impacto na sociedade. Quando a gente pensa na influência nos padrões de beleza, a gente pode pensar por dois lados: na tecnologia, especialmente nas áreas de inteligência artificial (IA), nos filtros de redes sociais e nos algoritmos de recomendação, que tem potencial para reforçar e perpetuar padrões de beleza restritivos e excludentes. Mas também nos sinais de que estamos caminhando para uma desconstrução desses padrões e numa diversificação da beleza, embora esse processo seja gradual e cheio de desafios. O programa Beleza Mais Diversa é justamente um exemplo disso, como o Grupo L’Oréal está trabalhando a partir da inovação e das novas tecnologias para transformar esse cenário.
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